Rádio - Vade Mecum Espírita Facebook - Vade Mecum Espírita Twitter - Vade Mecum Espírita
Vade Mecum Espírita

Casamento


A CERIMÔNIA MATRIMONIAL NAS DIFERENTES RELIGIÕES

 
 

O casamento é um ato de união e companheirismo entre duas pessoas que se amam. Para selar esse momento o casal opta por fazer seus votos de comprometimento eterno por meio de uma cerimônia religiosa. Tradições e rituais estão presentes em todas as culturas do mundo, incluindo as religiões. Diferenças e peculiaridades fazem parte desse grande exemplo de amor e fidelidade e por isso a Revista Arraso separou cinco religiões para você conhecer um pouquinho mais sobre o ritual do matrimônio.

 

Por Isabela Guevara

CASAMENTO EVANGÉLICO

Para os evangélicos o casamento é considerado uma instituição, uma cerimônia formal para oficializar a união diante da comunidade e pedir as bênçãos de Deus. Decidir entre se casar apenas no civil ou fazer uma cerimônia religiosa é uma questão que levanta discussões, mas a partir da união e bênçãos o casal começa uma nova etapa na vida que escolheu construir.

 

Antonio Carlos Stefan, pastor titular da Igreja do Evangelho Quadrangular de Piracicaba (Foto: Amanda Vieira/JP)

Antonio Carlos Stefan, pastor titular da Igreja
do Evangelho Quadrangular de Piracicaba (Foto: Amanda Vieira/JP)

De acordo com Antonio Carlos Stefan, pastor titular da Igreja do Evangelho Quadrangular de Piracicaba, o ritual do casamento na religião evangélica é dinâmico e segue um padrão, “há as entradas das testemunhas, dos noivos e daminhas. Existe sempre um momento de louvor em que são cantadas três músicas e uma palavra de orientação breve e objetiva. Procuro sempre um momento de descontração para quebrar o protocolo”, afirma o pastor, afinal ainda é um casamento.

A preparação dos noivos acontece dependendo da escolha de cada casal. Alguns optam por um casamento planejado com todos os detalhes necessários, outros buscam algo íntimo, simples e mais reservado, mas não é isso o que importa, o que vale são os simbolismos e significados presentes em todos os rituais. “Os noivos também são orientados à luz da palavra de Deus sobre o passo que estão tomando, pois estão constituindo uma família, e normalmente oferecemos cursos para o preparo dos mesmos”, explicou Stefan. De acordo com o pastor, o principal símbolo de união são as alianças. Elas representam um pacto entre o casal, são feitas de ouro e significam que o casamento pode ser melhorado a cada dia, quando há  interesse das partes. “Servimos também a Santa Ceia, o pão simboliza a força para a caminhada e, o suco de uva, o recomeço”, completa o pastor.

O casamento entre noivos de diferentes religiões não é proibido na Igreja Evangélica e muito menos condenado, mas “é um ajuste que o casal terá que fazer, pois orientamos que falem a mesma língua sempre”, esclarece Stephan, uma vez que esse casal terá filhos e eles deverão fazer uma escolha sobre o que passar para essas crianças, evitando brigas e desentendimentos e priorizando a união e o amor de Deus. A respeito das características e singularidades do ritual na religião evangélica o pastor explica que não é feito casamento na igreja quando este interfere nas reuniões regulares já agendadas. Sobre a vestimenta o pastor finaliza: “Para se chegar ao altar precisamos ter decência e ordem, e neste tempo todo de pastorado nunca participei de um casamento no qual os noivos não estavam vestidos de acordo”, ou seja, vale ter bom senso e sempre lembrar que aquele local é um lugar de respeito.

 

CASAMENTO JUDAICO

Gustavo Molina Santos, engenheiro agrônomo e frequentador da Comunidade Judaica de Piracicaba desde 2007 (Foto: Amanda Vieira/JP)

Gustavo Molina Santos, engenheiro agrônomo e frequentador da Comunidade Judaica de Piracicaba desde 2007 (Foto: Amanda Vieira/JP)

O casamento judaico é visto como um vínculo contratual entre um homem e uma mulher por meio do qual se unem para criar uma família. Segundo Gustavo Molina Santos, engenheiro agrônomo e frequentador da Comunidade Judaica de Piracicaba desde 2007, no judaísmo o casamento sempre foi considerado uma instituição sagrada, um acordo sagrado entre homem e mulher com D’us (Deus) como intermediário. “O casamento começa com a primeira cerimônia da assinatura do contrato matrimonial (ketubá), restrita aos noivos e a duas testemunhas, horas antes da cerimônia do casamento. A assinatura da ketubá é realizada pelo rabino e especifica as responsabilidades do marido em relação à esposa. O casamento não é só uma união emocional, espiritual, mas também um compromisso legal e moral entre os cônjuges”, explica Santos. No meio ortodoxo, após a assinatura da ketubá ocorre uma recepção, a cerimônia de saudação aos noivos (kabalat panim) em que os noivos são cumprimentados pelos convidados. Nesta recepção o noivo e a noiva estão em locais separados, pois o costume é de que uma semana antes do casamento os noivos não se encontram. Encerrando o kabalat panim o noivo vai até o local onde a noiva se encontra reunida com seus pais, parentes e convidados e, nesse momento, cobre seu rosto com o véu. De acordo com o engenheiro, há vários significados para este ato, um deles é o de que a noiva está tão feliz por este momento de encontrar sua alma gêmea que irradia a presença divina e por isso sua face deve ser coberta.

De acordo com Santos, os pais dos noivos, cada um portando uma vela, levam os noivos ao pálio nupcial (chupá) onde ocorrerá a cerimônia do casamento e onde já os esperam o rabino, que oficializará a cerimônia, e o chazan, que cantará toda a liturgia. “A noiva, ao chegar à chupá, é recebida pelo noivo. Imediatamente a noiva, auxiliada por sua mãe, dá sete voltas ao redor do noivo. Essas voltas se baseiam na crença de que maus espíritos tentam negar aos recémcasados a realização do que eles buscam e, ao fazer um círculo e dar sete voltas ao redor do noivo (sete também é um número místico), ocorre o impedimento desses maus espíritos.

Em algumas comunidades há o costume de se dar três voltas ao redordo noivo baseado nos versos de Oséias, nos quais D’us (o noivo) fala com Israel (a noiva) mencionando três vezes a frase ‘eu te desposarei’, afirma Santos.

Para os judeus o casamento é um mandamento (mitzvá) e, após as sete voltas, o rabino recita uma benção em agradecimento pela santificação de D’us à união. Esta fase do casamento é conhecida como santif icação ou consagração (kidushin). Neste momento, são feitas duas bênçãos pelos noivos sobre a taça de vinho simbolizando a alegria e a tristeza que o casal encontrará durante a vida. Com este ato os cônjuges expressam o desejo de enfrentar as turbulências da vida em condições de igualdade. Também é nesse momento que ocorre a troca das alianças entre os noivos e representa o ato central do casamento no qual o noivo tira o véu da noiva e coloca o anel no dedo indicador. “O rabino lê a ketubá (contratomatrimonial) para o conhecimento de todos os presentes e o chazan pronuncia as sete bênçãos (sheva brachot) sobre o casal. O noivo finaliza o ato da cerimônia de casamento com a quebra do copo em recordação à destruição do Templo de Jerusalém pelos romanos no ano 70 a.c.”, conta o judeu.

Segundo Santos a preparação dos noivos para as núpcias ocorre com antecedência de uma semana, tempo que deve ser passado realizando atos de caridade, orações, tempo no qual os noivos não devem se encontrar. O noivo e a noiva devem imergir nas águas do mikvê (água corrente) para a purificação espiritual. O noivo, um sábado antes das núpcias, é chamado no serviço religioso matinal (shacharit) para a leitura da Torá (Alyah la Torá). Santos completa dizendo: “Um antigo costume judaico é o de que a noiva presenteia o noivo com um manto de oração (talit) novo e o noivo a presenteia com um par de castiçais. Aconselha-se os noivos a jejuarem no dia de seu casamento, desde o nascer do sol até depois da cerimônia na chupá, comendo sua primeira refeição juntos no fim da cerimônia nupcial. O casamento é considerado para os noivos como o dia do perdão (yom kipur), portanto dedicado à autorreflexão, à leitura de salmos e orações pelo perdão de D’us”. Antes da cerimônia de casamento, o noivo veste um roupão de linho branco (kitel) sobre o terno, usado também no dia do perdão, lembrando uma mortalha. Recordar o dia da morte é também um lembrete para o casal de que o casamento deve perdurar até o último dia de suas vidas. A noiva veste um vestido branco, em sinal de pureza, discreto (sem decotes) e não ostensivo, e com um véu que cubra o rosto. A modéstia e a simplicidade são os valores que o noivo busca em sua futura esposa por serem eternos. O anel de casamento deve ser simples, sem nenhum adorno ou escrita (data ou um dizer), nem mesmo na parte interna.

Casamentos mistos não são permitidos, de acordo com o judeu, principalmente no meio ortodoxo, por ser a causa muitas vezes na ruptura da estrutura familiar. “Sendo a família a principal instituição na vida judaica, para mantê-la em sua harmonia e santidade os noivos devem ser ambos da mesma religião, no caso a judaica”, explica Santos. Caso um dos noivos não seja judeu, este deve manifestar vontade genuína de abraçar a religião judaica e isto pode ser alcançado através do processo de conversão.

CASAMENTO ESPÍRITA

Luiz Pessoa Guimarães, pesquisador espírita, palestrante e membro da União Espírita de Piracicaba (Foto: Amanda Vieira/JP)

Luiz Pessoa Guimarães, pesquisador espírita,
palestrante e membro da União Espírita de Piracicaba (Foto: Amanda Vieira/JP)

Não existe casamento na doutrina espírita, não há ritual ou cerimônia e simbolismos. “Naturalmente nós nos casamos. Fazemos uma festa e nesta festa nos dirigimos a Deus e agradecemos. Há a troca de alianças, por já ser algo estipulado socialmente. A noiva se veste de noiva, não obrigatoriamente, mas quando ela quer. O homem usa um terno e normalmente se casam no civil”, explica o pesquisador espírita, palestrante e membro da União Espírita de Piracicaba, Luiz Pessoa Guimarães. A festa é de união, ministrada por alguém próximo aos noivos e que podem ser os pais, alguém que tenha muito carinho e confiança, ou até mesmo um amigo convidado. “Não existe simbolismo nenhum, a pessoa escolhida é quem ministrará a festa, inspirada pelo objetivo do casamento, amor e paz, e dirige algumas palavras nesse sentido ao casal e seu futuro. Que aquele casal se ame e se tolere nas dificuldades. Sempre no sentido de rogar a Deus bênçãos em função daquele casal e a harmonia dele. Não há particularidades, casa-se com quem, onde, quando e como quiser”, deixa claro o palestrante.

O casamento espírita é em função de seu significado para a formação da família, da sociedade e da união, um “progresso na marcha da humanidade”, segundo o espírita. Na realidade, a doutrina espírita recomenda que o casamento aconteça quando existe comunhão. Os espíritos se simpatizam um com outro, diz Guimarães; “não procure casar por dinheiro ou beleza. Busquemos a união com o sexo oposto em cima de alguma coisa que constitua uma vida longa que os dois vão construir por meio do esforço”. A respeito da união entre casais de diferentes religiões o palestrante afirma que depende do casal e o que eles quiserem e acharem melhor. Não existe nenhum preconceito estipulado ou particularidades. A doutrina espírita preza pela união e respeito da família que está sendo formada e, futuramente, gerada. Todas as decisões que essa nova família precisar tomar baseiem-se numa análise criteriosa.

CASAMENTO BUDISTA

Jussieu Roberto Fernandes Siqueira, psiquiatra, psicoterapeuta, palestrante, consultor em gestão de pessoas e Shin Budista do Templo Higashi Hongangi, em São Paulo (Foto: Amanda Vieira/JP)

Jussieu Roberto Fernandes Siqueira, psiquiatra, psicoterapeuta, palestrante, consultor em gestão de pessoas e
Shin Budista do Templo Higashi Hongangi, em São Paulo (Foto: Amanda Vieira/JP)

Para o budismo o casamento é considerado um sacramento. A cerimônia de matrimônio pode ser chamada de Nangchang, ministrada no templo pelo abade (lama ou riponche) ou oficiante (homem ou mulher) e celebrada em frente a um altar do Buda. Em alguns países, como o Brasil, por exemplo, vários costumes tradicionais da religião se misturam com tradições ocidentais. Atualmente, por exemplo, a noiva pode usar seu tradicional vestido de casamento, mas noivos e padrinhos devem evitar a cor preta. Costuma-se decorar o altar com flores, velas e incensos, e os próprios noivos, no momento da cerimônia, acenderão as velas e os incensos. O noivo, a noiva e os convidados recitarão o Tisarana (o tríplice refúgio), Pancasila e o Vandana, sutras (poemas e palavras sobre a verdade do budismo) em qualquer língua ou se preferirem em pali (língua litúrgica budista). “Os noivos oferecerão flores à imagem do Buda e falarão os votos que foram designados a cada um deles. Os pais, no final da cerimônia, citarão o mangala sutta e o jayamangala gatha (mantras) dando assim suas bênçãos aos noivos”, explica Jussieu Roberto Fernandes Siqueira, psiquiatra, psicoterapeuta, palestrante, consultor em gestão de pessoas e Shin Budista do Templo Higashi Hongangi, em São Paulo.

Siqueira conta que ao som de toques que reverenciam Buda e anunciam o começo da cerimônia os noivos entram juntos no templo e caminham até o altar. O noivo se coloca do lado esquerdo do altar, a noiva à direita e os padrinhos atrás dos noivos ou nos lados do altar (nunca atrás da imagem). No altar ficam um vaso e um candelabro vazios, além de um maço de flores sem espinhos, uma vela vermelha (trazidos antecipadamente pelo casal) e uma caixinha de incenso em pó (trazido pelo oficiante e aceso pelo casal para chamar os seres iluminados). “A cerimônia começa com a noiva oferecendo as flores ao noivo e ele ofertando a vela acesa para ela. As ofertas evocam Buda e seus ancestrais para que abençoem o casal. Ao toque do sino, padrinhos e convidados juntam as mãos e começa a leitura do sutra, conjunto de poemas que falam da passagem de Buda pelo mundo”, detalha Siqueira.

De acordo com Siqueira, um dos rituais mais simbólicos da cerimônia budista é o San-San-Kudo (ou 3-9): uma bebida em um bule, geralmente saquê, é servida pelo celebrante em três xícaras. Cada xícara tem um significado. A primeira possui o pinheiro, sempre verde em todas as estações, que significa juventude, força e vida. A segunda, o bambu, flexível, que se dobra, mas não se quebra. E, a terceira xícara, a flor da ameixeira, a primeira a desabrochar, mesmo com neve, e que representa a beleza e a coragem. “Os noivos devem beber de cada uma das xícaras segurando-as com as duas mãos. O oficiante oferece a primeira xícara à noiva. Ela toma um gole da bebida e a oferece ao noivo, que também prova o líquido e a devolve à noiva, até completarem três goles. Assim passam para a segunda e terceira xícaras fazendo um total de nove goles cada. O ritual lembra as três joias do budismo: Buda (o desperto); Dharma, (o caminho do entendimento e do amor), e Sangha (a comunidade que vive de forma consciente e harmônica)”, afirma o budista. Em seguida, os noivos leem os votos que escreveram antecipadamente um para o outro, conta Siqueira, e, depois, os padrinhos assinam o livro do oficiante e este abençoa as alianças do casal. Os noivos trocam as alianças. No momento seguinte, o celebrante coloca na mão esquerda de cada um dos noivos um rosário com 108 contas representando os 108 portais para a iluminação. O budista explica que cada obstáculo da vida é um portal a ser superado. Jussieu Siqueira conta que “no final da cerimônia todos fazem um minuto de silêncio mentalizando harmonia e felicidade para os recém-casados. A figura de Buda nos altares não representa a figura física do Buda Primordial, mas sim a simbolização do nirvana ou ao processo de iluminação. O número 3 é indivisível e é considerado o número sagrado do budismo; na cerimônia, a utilização do 3 e do 9 significa felicidade tripla”.

Os templos budistas são, geralmente, abertos a todos os seres viventes. Muitos casais escolhem uma cerimônia budista para o seu casamento mesmo não sendo essa sua religião. Os budistas os acolhem, mesmo que o casamento seja meramente temático para o casal. O importante é estar espontaneamente em nossa casa e que de alguma maneira o universo proporcionou este momento. “Sejam bem vindos”, deseja o budista para todos os casais que queiram selar sua união por meio desta religião, mesmo que sejam de outras distintas. No casamento budista é a família que decide qual cor será usada nas roupas da noiva e do noivo. Costumase usar as cores vermelha e dourada para os trajes dos noivos. O preto é uma cor proibida (ausência de luz). A noiva usa um traje bordado, que se chama bhaku, um tipo de quimono. Esse traje pode ser complementado com um casaco especial, pois o bhaku da noiva costuma ser sem mangas. Compõem ainda o traje um lenço e alguma joia de pedras preciosas. Siqueira conta que algumas noivas não seguem a tradição e usam um vestido branco, principalmente as que se casam no Ocidente, e o sapato é feito especialmente para esse dia. O noivo também usa um bhaku, só que com mangas. Ele veste um colete chamado lajha, uma capa bordada e uma faixa à volta da cintura. “Além dos rituais, o verdadeiro caminho do casamento budista é a do triplo refúgio que consiste nas três joias do budismo: o primeiro refúgio é estar desperto para o sagrado, usar a relação como um caminho de aprendizado para as grandes verdades. O segundo refúgio é alimentar o caminho do entendimento e do amor. E, o terceiro, é vivenciar a comunidade de uma forma consciente e harmônica, e que por meio deles a amorosidade, o equilíbrio e a compaixão brotem nos corações das famílias”, finaliza Siqueira.

CASAMENTO CATÓLICO

Padre Ronaldo Francisco Aguarelli, sacerdote da Catedral de Santo Antônio, de Piracicaba (Foto: Amanda Vieira/JP)

Padre Ronaldo Francisco Aguarelli, sacerdote da Catedral de Santo Antônio, de Piracicaba (Foto: Amanda Vieira/JP)

“Primeiro, temos que dizer que o casamento para a Igreja Católica é um sacramento, um acontecimento sagrado”, af irma o padre Ronaldo Francisco Aguarelli, sacerdote da Catedral de Santo Antônio, de Piracicaba. Fundamentalmente, diz o padre, a Igreja se baseia na Sagrada Escritura, porque no princípio, no livro de Gêneses, encontramos o desejo de Deus. Ele quis abençoar o primeiro casal no paraíso. ‘Crescei e multiplicai-vos’, foi o que Ele disse; o casamento é parte disso. “O homem e a mulher devem conviver um ao lado do outro, não na frente e nem atrás, lado a lado. Então, a Igreja abençoa esse compromisso entre o casal que é feito na frente de Deus por meio de um ministro da Igreja. Na verdade, o ministro assiste ao casamento, pois quem o celebra são os noivos. O padre assiste ao casamento em nome da Igreja”, explica o padre Aguarelli.

De acordo com o sacerdote, quando um casal se ama e quer construir uma família ele procura a igreja para isso e tem a formação necessária básica para saber o que é o sacramento do matrimônio e todos os desafios que vão enfrentar nos anos que viverão juntos. Toda a preparação, explica o padre, começa em casa, com os pais orientando os filhos para os valores humanos, familiares e cristãos. “Dentro de casa se aprende a ser um bom homem e uma boa mulher; a Igreja apenas conscientiza o casal para aquilo que receberá, por isso o sacramento do matrimônio é sagrado. Além do noivo e da noiva, existe uma terceira pessoa, Deus. Deus está presente no cotidiano da jornada da vida”, completa.

A recepção do sacramento do matrimônio é o momento em que o casal toma consciência do que é o sacramento e do relacionamento conjugal, da responsabilidade, paternidade, maternidade, o relacionamento cotidiano, porque nossa vida não é vivida apenas na alegria, existem os momentos ruins. “Por isso, também no casamento uma das promessas é essa, ‘na alegria na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias de nossas vidas, até que a morte nos separe’”, completa o padre Ronaldo.

Após os ritos de entrada na igreja, o sacerdote conta que invoca-se sobre o casal a Trindade Santa. Depois de uma oração sobre os noivos são feitas leituras das palavras de Deus nas quais Deus revela o que é necessário para ter e viver um bom matrimônio. “O ponto principal seria a benção e a troca das alianças. A aliança é um pacto sagrado, de amor e fidelidade. E esse pacto é feito entre duas pessoas, um homem e uma mulher, que trocam juras de amor e fidelidade e prometem viver juntos para sempre, na esfera de Deus”, explica. O padre assiste a esse casamento e recebe esse juramento e promessas. No troca de alianças, o noivo entrega a aliança para a noiva prometendo amá-la e respeitá-la, a noiva da mesma forma. “Por fim, o padre faz uma oração, chamada de benção nupcial, em que se recorda o que Deus fez no princípio, o que Jesus fez com a comunidade, e invocam se as bênçãos necessárias para que o casamento seja feliz, mesmo nos desafios da vida”, declara o sacerdote.

Padre Ronaldo explica que quando um dos noivos não é católico que existe o rito matrimonial do mesmo jeito, porém é necessário que a parte não católica entenda e que respeite a que seja e não a impeça de participar de sua comunidade cristã. Quando houver filhos, que eles não sejam impedidos, igualmente, caso desejem ingressar nessa vida. O casamento é um momento festivo e todos devem se vestir de maneira adequada. O padre aponta que geralmente as noivas querem estar bem bonitas e que deve ser um dia feliz, porém com bom senso e respeito à casa de Deus. Devem ser escolhidas músicas sacras para a cerimônia, respeitar os tempos litúrgicos, como a Quaresma, e a única data restrita é a Sexta-feira e o Sábado Santos. “Nós estamos vivendo um tempo muito difícil de mudança de valores, o casal deve se conhecer bem. É o primeiro conselho que eu dou: conheçam se bem, tanto o lado bom quanto o lado ruim, para não ‘trocar gato por lebre’.Case apenas por amor, mas o amor não é só sentimento. Amor é um pacto em que a pessoa está disposta a dar a vida pela outra pessoa com quem vai se casar, e esse amor gera vida”, finaliza o sacerdote da Catedral de Santo Antônio.

 

Autor: Isabela Guevara
Fonte: revistaarraso.com.br/2016/04/13
Voltar
Obrigado Jamil Bizin!

Obrigado Jamil Bizin!

Cadastre-se e receba
nossos informativos!

Visão EspíritaVisão Espírita

Ouça todos os Domingos 9h30 às 11h00 com comentários do autor do Vade Mecum Espírita, no site:
www.radiobrasilsbo.com.br

contato@vademecum.com.br | Fone: (19) 3433-8679
2024 - Vade Mecum Espírita | Todos os direitos reservados | desenvolvido por Imagenet