Mais do que assinalar decisões conforme determina a letra fria da lei, a caneta nas mãos de um juiz pode reescrever histórias e dar cores mais humanas ao preto e branco dos papéis. Uma única assinatura tem o poder de mudar uma vida. Ou vidas.
Foi assim, numa decisão judicial como pano de fundo, que os caminhos de um juiz criminal e de um menino de 11 anos se cruzaram no início do ano em Joinville. O magistrado era João Marcos Buch, a quem cabe zelar pela execução das penas dos condenados na cidade.
E o garotinho, que entrava no gabinete do juiz de mãos dadas com a avó, ainda não sabia qual seria o destino da mãe: uma presidiária, doente e algemada numa cama de hospital, mesmo com meio corpo paralisado por uma lesão cerebral. O que avó e neto queriam era uma despedida mais digna para a mãe do menino.
— Inspecionei o hospital, mandei tirar as algemas e concedi prisão domiciliar, para que na alta ela fosse morrer em casa e não no presídio. E morreu em casa — conta Buch.
Longe de ter um final feliz, o drama familiar ao menos pôde ganhar novos capítulos, agora carregados de esperanças nas palavras do próprio menino. Numa mensagem recente enviada ao juiz por uma rede social, a criança contou que cresceu vendo os pais fazendo coisas erradas, entre idas e vindas da prisão.
Mas também comemorou a segunda chance dada ao pai, que saiu da prisão em condicional em dezembro e arrumou um emprego, além de agradecer por ter visto a mãe partir de forma mais digna.
— Um passado que não faz mais parte do meu presente — escreveu.
Para o juiz, o episódio “ilustra a carência humana no sistema penal” e também serve de reflexão na “lamentável reabertura de discussão sobre a redução da maioridade penal”.
Repotagem escrita por: Roelton Maciel
Confira a matéria original em:
https://anoticia.clicrbs.com.br/sc/noticia/2015/04/veja-como-um-menino-agradeceu-ao-juiz-que-deixou-a-mae-uma-presa-em-estado-terminal-passar-os-ultimos-dias-em-casa-4739772.html
Foi assim, numa decisão judicial como pano de fundo, que os caminhos de um juiz criminal e de um menino de 11 anos se cruzaram no início do ano em Joinville. O magistrado era João Marcos Buch, a quem cabe zelar pela execução das penas dos condenados na cidade.
E o garotinho, que entrava no gabinete do juiz de mãos dadas com a avó, ainda não sabia qual seria o destino da mãe: uma presidiária, doente e algemada numa cama de hospital, mesmo com meio corpo paralisado por uma lesão cerebral. O que avó e neto queriam era uma despedida mais digna para a mãe do menino.
— Inspecionei o hospital, mandei tirar as algemas e concedi prisão domiciliar, para que na alta ela fosse morrer em casa e não no presídio. E morreu em casa — conta Buch.
Longe de ter um final feliz, o drama familiar ao menos pôde ganhar novos capítulos, agora carregados de esperanças nas palavras do próprio menino. Numa mensagem recente enviada ao juiz por uma rede social, a criança contou que cresceu vendo os pais fazendo coisas erradas, entre idas e vindas da prisão.
Mas também comemorou a segunda chance dada ao pai, que saiu da prisão em condicional em dezembro e arrumou um emprego, além de agradecer por ter visto a mãe partir de forma mais digna.
— Um passado que não faz mais parte do meu presente — escreveu.
Para o juiz, o episódio "ilustra a carência humana no sistema penal" e também serve de reflexão na "lamentável reabertura de discussão sobre a redução da maioridade penal".
Para preservar a identidade da criança, os nomes na mensagem foram omitidos.
Confira a mensagem do menino encaminhado ao juiz:
Ouça todos os Domingos 9h30 à s 11h00 com comentários do autor do Vade Mecum EspÃrita, no site:
www.radiobrasilsbo.com.br
contato@vademecum.com.br | Fone: (19) 3433-8679
2024 - Vade Mecum EspÃrita | Todos os direitos reservados | desenvolvido por Imagenet