Greentree é um dos guias normais de Sloan e fala por ele com facilidade, mas, a par disso, é hábil em falar por voz direta. É, ao demais, do outro lado, um dos dirigentes dos trabalhos. Lembrarei que no capítulo VI, quando descrevi como se produzia a voz direta, expliquei que á' maior parte do trabalho necessário à comunicação entre os dois mundos é feito pelos que se encontram no Além. Greentree é, de ambos os lados, o diretor da sessão; tem a seu cargo encaminhar os que desejam falar, explicando-lhes o que precisam fazer para consegui-lo. Escolhe os que hajam de comunicar-se, pois, dado o grande número dos que aguardam oportunidade, indispensável se torna uma seleção. Fiscaliza o que ocorre aqui e lá e não hesita em chamar a atenção aos que se acham do lado de cá, se não estão concorrendo como devem para que se estabeleçam boas condições. Diz-nos quando se faz necessária a música, se estamos muito concentrados; repreende alguém que esteja com as pernas cruzadas, o que é uma das primeiras coisas que se recomenda aos novatos que não façam (1). O novato, na suposição de que, por estar no escuro, ninguém o vê, às vezes desobedece à determinação, esquecido de que a nossa escuridão não existe para eles, que vêem sempre claramente tudo o que fazemos. Provam-no invariavelmente uma pancada com a trombeta na cabeça do transgressor, ou uma polida recomendação para que não cruze as pernas. A esse respeito, nunca notei engano algum. A costumeira pergunta sobre como perceberam a transgressão provoca uma viva resposta de Greentree, dando a compreender ao novato que não prevalecem numa sessão as condições normais e que as inteligências presentes dispõem de poderes superiores aos nossos. Outros fatos ocorreram, além dos fenômenos habituais, de natureza a mostrar que as inteligências ali presentes podem ver no escuro. Mencionarei alguns.
(1) A razão é que todos os poros do corpo devem conservar-se livres, porque através deles é que passa o ectoplasma.
Autor: J. Arthur Findlay
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