Entrevista sobre o Casamento na Visão Espírita
Na Doutrina Espírita não há cerimônia de casamento, nem rituais ou simbolismos referentes ao assunto. Preza-se para que a busca pela união de duas almas parta do coração. "O casamento em função de seu significado para a formação da família, da sociedade e da própria nação, jamais poderá assentar-se em interesses e/ou outras afinidades de curta duração, como sexo e beleza física", diz o pesquisador espírita, palestrante e membro da União Espírita de Piracicaba, Luiz Guimarães. "O casamento tem que ser agradável a Deus, e para que isto ocorra, precisa haver sinceridade, respeito, amor, amizade, tolerância, paciência e sabedoria. Este é o significado do versículo bíblico "O que Deus uniu, não o separe o homem"; famílias desrespeitavam estas afinidades naturais para oferecer seus filhos aos interesses sociais e econômicos", acrescenta Guimarães.
Também não há, no espiritismo, curso para preparação de noivos. De acordo com o pesquisador, entende-se que cabe à família dialogar com o casal a fim de eliminar possíveis dúvidas. Além disso, no ato da assinatura do contrato de casamento, deve-se "rogar a Deus por meio de uma prece pedindo as suas bênçãos para a união que se concretiza".
Ainda de acordo com Guimarães, "a Doutrina Espírita prega que qualquer instituição construída sobre a areia está sujeita à falência de suas estruturas". Por isso, orienta que todas as decisões se baseiem numa análise criteriosa.
Em relação a celebração do casamento, os espíritas podem realizar a festa e estabelecer o contrato de casamento da forma e no local que desejarem. "Deus não restringe os laços de amor conforme as nossas crenças, raças ou costumes. Não existem permissões no espiritismo, pois o livre-arbítrio é considerado inegociável para os espíritos, que não impõem suas vontades sobre qualquer criatura. Cada espírita casa da forma e com quem desejar, pois todos são filhos do mesmo Criador", afirma o pesquisador.
Autor: arraso@revistaarraso.com.br
Fonte: Arraso Noivas