Tudo começou nos idos de 1916. A Parahyba do Norte era a capital da então Parahyba. Uma época em que exceções de pessoas se “atreveriam” a falar de Espiritismo. Eram os destemidos e audaciosos, de raciocínio largo, que liam, dialogavam, conheciam a Doutrina Espírita. Não havia ainda um núcleo ou Centro Espírita, mas o livro Espírita estava ali, garantindo a ousadia para se ultrapassar as fronteiras do preconceito. As dificuldades foram inúmeras para os desbravadores, mas o desafio era maior.
O que existiam eram apenas “Sessões de Caridade”, que aconteciam em residências onde eram atendidos os necessitados. Naquelas sessões a mediunidade aflorava em pessoas simples e sinceras, produzindo os mais extraordinários fenômenos de cura, vidência, clarividência, psicografia, psicofonia que maravilhavam e assombravam de estupefação a todos os presentes. Foi na residência do cidadão Manoel Alves de Oliveira, que se realizavam uma dessas “Sessões de Caridade”, onde eram atendidos pessoas de todas as condições sociais, com a doutrinação de espíritos enfermos, o passe, a água fluidificada e o consolo da Doutrina dos Espíritos.
Mas foi ali, naquele lar, que um reduzido número de pessoas resolveu fundar uma Sociedade Espírita e então surgia a indagação: que Sociedade? Um modesto Centro Espírita ou Núcleo Espírita que seria mais fácil conduzir, num tempo em que não havia segurança para funcionar e as hostilidades estavam às vistas. Não! Eles decidiram fundar uma Federação. Outro questionamento surgia célere: Porque Federação? No presente não se têm notícias sobre a existência de algum sobrevivente dentre o grupo de pessoas que participaram da fundação, para apontar com certeza de quem foi à idéia, mas que foi uma iluminada inspiração não se discute.
Numa palestra pronunciada pelo ex-presidente da Federação Espírita Brasileira (FEB), o dr. Juvanir Borges de Souza, afirmou que Leopoldo Cirne, quando substituiu Bezerra de Menezes na presidência da FEB, em 1900, foi o maior incentivador do Federalismo no Movimento Espiritista do Brasil, inspirado no modelo da organização política de nosso país, de modo que todos estados através de suas Federações ficassem representados participando do poder Central Federativo. Elas começaram a surgir em 1902 tendo a Federação Espírita Paraibana (FEPB) nascido em 1916.
O arcabouço do federalismo levou a uma rápida expansão no Movimento Espírita Brasileiro com as Federações Estaduais e a conseqüente multiplicação dos Centros Espíritas. Dessa forma chega-se a ponderada conclusão, que: quem sugeriu o nome de Federação para a primeira Casa Espírita Paraibana, sabia algo sobre o sistema ideado por Augusto Elias da Silva e recomendado por Leopoldo Cirne, apesar de que este não mais estava no poder presidencial da FEB. A FEPB foi fundada em 17 de janeiro de 1916 e Leopoldo Cirne já tinha terminado seu mandato na Diretoria da FEB, em 1914. A pesquisa realizada não nos autoriza até agora, a apontar a paternidade desta sugestão, de se usar o Federalismo na Paraíba ou na FEB.
Ouça todos os Domingos 9h30 às 11h00 com comentários do autor do Vade Mecum Espírita, no site:
www.radiobrasilsbo.com.br
contato@vademecum.com.br | Fone: (19) 3433-8679
2024 - Vade Mecum Espírita | Todos os direitos reservados | desenvolvido por Imagenet