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Vade Mecum Espírita

Gravitação e Levitação


 
PELO DR. CARL DU PREL.
O enigma da gravitação
 
 
A linguagem humana não é o resultado do raciocínio científico, mas nasceu antes de qualquer ciência. É essa a causa dos termos pelos quais são designados os fenô­menos naturais: não se conformarem com a doutrina científica, mas sim com a idéia que deles fazia o homem pré-histórico. Este apreciava sempre as coisas da Natu­reza o seu modo, e supunha sempre a vida onde via movimento. Graças à associação dessas duas idéias, for­maram-se os verbos reflexíveis. Ainda hoje, o movi­mento e a vida estão associados na linguagem; assim, quando o vento agita as folhas de uma árvore, dizemos que elas se movem. O naturalista deveria, em rigor, protestar contra semelhantes expressões, que realmente designam o fenômeno como nós o vemos, mas não como o compreendemos. A Ciência é, pois, constantemente obrigada a servir-se da linguagem da ignorância, filha das concepções pré-históricas do Universo. O que prova de um modo muito natural que essas concepções ainda têm em nós profundas raízes, é o prazer que nos causa a poesia. O poeta lírico, que dá a vida à natureza inanima­da, lisonjeia essas concepções primitivas, que dormitam no fundo do nosso ser e foram recebidas pela heredita­riedade. Essas concepções têm o cunho da subjetividade; ora, o poeta não fala a linguagem da ciência, não pre­cisa a marcha objetiva dos fenômenos, mas exprime-os, como nós os sentimos; por isso, e em virtude do princí­pio da menor ação, aceitamos plenamente e com vivo prazer às descrições poéticas. É pelo grato sentimento que em nós desperta que se baseia o nosso gosto pela poesia.
Nossa linguagem encerra ainda grande número des­ses elementos paleontológicos, muitos traços dessa inter­pretação subjetiva dos fenômenos naturais, e isso se dá, não só no nosso senso íntimo, como em todos os nossos sentidos. Daí resulta uma grande confusão nas discussões científicas. Quando apanhamos uma pedra, parece-nos que uma espécie de atividade emana dessa pedra, que ela exerce um esforço para se aproximar do sol, pesando sobre a nossa mão. É esse sentimento que exprimimos quando dizemos que a pedra é pesada, julgando assim designar a própria natureza da pedra. Esse sentimento tem-se generalizado a tal ponto, que cada um de nós se crê razoavelmente autorizado a dizer: Todos os corpos são pesados. Eis ainda aí uma expressão contra a qual o naturalista deveria protestar; porque, considerado em si mesmo, um corpo não é pesado senão quando se acha na vizinhança de outro corpo que o atrai. A nossa lin­guagem, porém, transforma o fato da atração passiva em uma propriedade da pedra, coloca na própria pedra a causa do peso que reside fora dela. Atraindo a Terra a pedra que temos na mão, abstraímo-nos da atração que a pedra também exerce sobre a Terra para maior sim­plicidade, enfim a pedra parece ser pesada.
Isso, porém, é uma simples aparência, que facilmente seria demonstrada, se pudéssemos suprimir a Terra. Então, somente a verdadeira natureza da pedra apare­ceria, e esta se apresentaria sem peso. Se recolocásse­mos a Terra na proximidade da pedra, seu estado na­tural se modificaria de novo, e teríamos o que chamamos peso. Em resumo, a palavra peso indica uma relação entre dois corpos e não a natureza de um deles; é a constatação de uma ação exercida sobre a pedra, mas não o enunciado de uma causa residindo nela. Não é na pedra que devemos buscar a causa do peso, mas fora dela; e se essa causa vier a ser suprimida, a pedra deixa de ser pesada. É servindo-se dessa mesma lingua­gem da ignorância que os astrônomos dizem que a Terra pesa milhões de quilos. Se pudéssemos suprimir o Sol (e todas as estrelas fixas), o peso da Terra seria nulo. Se fizermos desaparecer o corpo atraente, o outro natu­ralmente não é mais atraído; porque é unicamente na atração que consiste o peso. Em uma palavra, a gravi­tação não caracteriza de modo algum o estado efetivo e invariável dos corpos.
Mas, dirão, essas considerações são bastante esté­reis, pois, em razão da impossibilidade em que estamos de subtrair-nos à atração terrena, não podemos encon­trar corpos sem peso, para sujeitá-los a exame. Não é justa essa reflexão. Certamente, não podemos supri­mir a Terra, mas talvez a sua força de atração possa ser anulada pelo concurso de forças capazes de trans­formar, em dadas condições, a gravitação em levitação. Conhecemos uma força desse gênero oposta à gravitação: é o magnetismo mineral. Muitas observações, feitas no domínio do ocultismo, referem-se precisamente à levita­ção, fenômeno que deve seu nome ao fato de ver-se diminuído ou abolido o peso natural dos corpos. Milha­res de testemunhas asseveram ter visto mesas ficarem suspensas no ar, tendo-se apenas as mãos aplicadas sobre elas, ou mesmo conservadas a certa distância. Há cin­qüenta anos que os espíritas afirmam o fato; e seus adversários, em vez de o examinarem, respondem sim­plesmente que a levitação é impossível, porque é con­trária à lei da gravitação a repetição contínua da cena caracterizada por uma antiga resposta de oráculo: Entraram um sábio e um louco; o sábio examinou antes de julgar, o louco julgou antes de examinar.
A alusão ao ímã basta para provar que, em certas circunstâncias, a levitação é possível; resta saber se ela não se pode apresentar ainda em outras condições. Desde que é constatada uma exceção à lei da gravitação, outras aparecem como possíveis. Podem existir na natureza ou­tras forças capazes de vencer a da atração terrena. Uma primeira razão para não se opor a essa suposição o pro­pósito de não recebê-la, é que nós mesmos não sabemos em que consiste a gravitação. Verificamos os efeitos, mas o modo da ação física nos escapa. Todos os físicos sabem que o processo da atração é ainda um enigma. As teorias mais variadas foram imaginadas para dar-se a explicação física da gravitação (41), e como o problema fica sempre sem solução, a Ciência terá maior motivo para examinar os fenômenos de levitação; é evidente, com efeito, que o conhecimento das condições sob as quais a gravitação se acha anulada, não pode deixar de esclarecer o próprio fenômeno da gravitação. Não menos evidente é, segundo o que precede que a levitação não pode ser compreendida senão à luz de nossas noções sobre a gravitação; é, pois, pelo estudo desta, que deve­mos começar. Newton, o primeiro, deu a demonstração rigorosa da gravitação, já suspeitada na Antigüidade. Eis o enunciado da lei por ele estabelecida: Todos os corpos se atraem na razão direta do produto de suas massas, e na inversa do quadrado de suas distâncias. Foi esta a primeira lei terrena a que se atribuiu um valor universal; ela é real, tanto para a pedra lançada pelo garoto, como para o cometa que chega das pro­fundezas do espaço. Tal é o fundamento sobre o qual se pôde estabelecer a ciência moderna da astrofísica, ciência que parte deste princípio: todas as leis terrenas, a lei do calor, da luz, da eletricidade, etc., têm um valor universal. Newton bem sabia que só descobrira a lei da gravitação e não a sua causa. Ele próprio confessou des­conhecer a natureza da gravitação, e disse: Não con­segui ainda deduzir dos fenômenos observados a razão dessa propriedade da gravitação; não estabeleço hipóte­ses. (Aypotheses non Pingo) (42). Em uma carta a Bentley, diz ele: A gravitação deve ser ocasionada por algum impulso, agindo de um modo contínuo e de acordo com certas leis; meus leitores que julguem se tratam de um impulso material ou imaterial. O problema a resolver não se apresenta sob o nome de gravitação, e sim sob o de atração. Eis o que diz Newton em sua carta a Bentley: inconcebível que a matéria bruta e inanimada possa agir sobre a matéria à distância, sem um intermediário material. Para explicar essa ação à distância, podemos, segundo as regras da lógica, enun­ciar, sob duas formas diferentes, a proposição de Newton, e dizer: concebível que a matéria animada possa agir à distância ou então concebível que a matéria ina­nimada possa agir à distância por um intermediário. A primeira fórmula renuncia a uma solução científica, e supõe a matéria animada como fez primeiro Maupertuis e recentemente Zôllner. A segunda fórmula fica no qua­dro das ciências naturais, e implica uma concepção que já se encontra em Newton. Este supunha o espaço por toda parte ocupado por uma matéria: o éter, veículo dos fenômenos, como o calor, a luz, a gravitação, a eletrici­dade, etc. Antes mesmo da publicação da sua obra, ele escrevia a Boyle no éter que busco a causa da gra­vitação. Assim como a lei da gravitação não pôde ser descoberta senão pela generalização de uma lei terrena, assim também só podemos descobrir a causa da gravi­tação dando valor cósmico a uma força terrena agindo à distância. A Ciência astronômica somente se torna uma possibilidade humana, pressupondo a universalidade das leis terrenas, porque somente elas são acessíveis a uma verificação experimental.
Existe uma força terrena agindo à distância, que nos parece apropriada à explicação da gravitação: é a ele­tricidade. Em uma memória sobre as forças que regem a constituição íntima dos corpos, publicada em 1836 e reproduzida por Zôllner (43), Mossoti já declara que a gravitação pode ser considerada como uma conseqüência dos princípios que regem as leis da força elétrica. Fa­raday queria determinar experimentalmente as relações que podiam existir entre a gravitação e a eletricidade. Ele partia da premissa seguinte: se essas relações exis­tem, a gravitação deve encerrar alguma coisa que corres­ponda à natureza dual ou antitética das forças eletromagnéticas. Ele bem havia reconhecido que, no caso de existir semelhante qualidade, não haveria expressões bastante fortes para traduzir a importância dessas rela­ções (44). Com efeito, seria esse um fato de extraordi­nária importância, porque então o peso ou a gravitação se nos apresentaria como uma força modificável em cer­tas condições, e sua demonstração teria para a Ciência um valor maior que qualquer outra descoberta. As expe­riências de Faraday não deram, é certo, resultado posi­tivo, mas esse físico não conservou, por isso, menos firme a sua convicção da existência dessa relação. Foi pena que ele não tivesse procurado descobrir essas relações onde elas realmente existem, isto é, nos fenômenos de levita­ção do ocultismo. Em 1872 Tisserand, por seu lado, fez à Academia das Ciências uma comunicação sobre o movimento dos planetas ao redor do Sol, segundo a lei ele­trodinâmica de Weber (45). Ele provou que os movi­mentos dos planetas se explicam tanto pela lei de Weber, como pela de Newton, e que esta última não é mais que um caso particular da procedente. Recentemente ainda, Zôllner voltou a essa idéia: A lei de Weber, disse ele, tende a apresentar-se ao espírito humano como uma lei geral da natureza, regendo tanto os movimentos dos astros como os dos elementos materiais. Os movimentos dos corpos celestes se explicam, nos limites da nossa ob­servação, tanto pela lei estabelecida por Weber para a eletricidade, como pela de Newton. Como, porém, esta não é mais que um caso particular da lei de Weber, seria preciso, conforme as regras de uma indução racional, substituir esta última à lei de Newton para o estudo das ações recíprocas entre partículas materiais em re­pouso ou em movimento. (46)
Portanto, se o peso ou a gravitação é um fenômeno elétrico, deve ser modificável e polarizável pelas influên­cias magnéticas elétricas o que demonstra o ímã agindo em sentido inverso do peso. Este depende da den­sidade, da coesão das partículas, não sendo a coesão mais que eletricidade presa.
A hipótese que faz da atração do Sol sobre os pla­netas um fenômeno elétrico, ganharia em verossimilhan­ça, ai a atração que Newton atribui à Lua, e cujo efeito se manifesta nas marés, pudesse ser imitada eletrica­mente; ora, se aproximarmos de um líquido um pau de âmbar tornado elétrico pelo atrito, vemos formar-se na superfície desse líquido uma intumescência. Essa hipó­tese ganharia ainda mais verossimilhança, se pudesse pôr em evidência, no nosso sistema solar, o fato da re­pulsão elétrica; é precisamente o caso da cauda dos co­metas. O núcleo dos cometas, em sua qualidade de massa fluida semeada de pequenas gotas, é submetido à ação da gravitação e obedece à lei de Kepler. A cauda, isto é, os vapores formados à custa do núcleo, agem de um modo diferente. Esses vapores não são atraídos pelo Sol, mas repelidos por ele segundo o prolongamento da linha reta que liga o Sol ao núcleo e que se chama raio vector. Todo líquido em via de pulverização se eletriza, como é sabido; portanto, estamos autorizados a supor que os vapores desenvolvidos à custa do núcleo cometário, sob a influên­cia do calor solar, são igualmente eletrizados. Como as eletricidades do mesmo nome se repelem, poder-se-ia pen­sar que a cauda dos cometas sofre a sua repulsão sim­plesmente pelo fato de estar carregada de uma eletrici­dade da mesma natureza que a do Sol. Mas, quando os cometas se aproximam do Sol, na época do periélio, o processo de ebulição que começou na superfície do co­meta, deve cada vez mais avançar em profundidade, e pode acontecer que novas substâncias químicas tomem parte nela, e que o sinal da eletricidade, de que os va­pores são carregados, venha a mudar; isto é, que os vapores adquiram uma eletricidade de natureza contrária à do Sol. Nessas condições, e em razão da universali­dade suposta das leis da natureza, pode-se formar uma cauda de cometa dirigida para o Sol, isto é, atraída por ele como o próprio núcleo por esse raciocínio que Zôllner explicava a aparência do cometa em 1823, que apresenta­va duas caudas: uma dirigida para o Sol, e a outra em sentido oposto, formando entre si um ângulo de 160°. (47).
O exame desse fenômeno cósmico nos permite supor que a gravitação é idêntica à atração elétrica, mas que, pela mudança de sinal da eletricidade, a gravitação pode ser mudada em levitação e reciprocamente. Resulta daí, para a ciência, a possibilidade de modificar ou abolir o peso em condições submetidas a leis. Se a Ciência con­seguisse determinar essas condições e fizer delas uma aplicação técnica aos mistérios da natureza, a vida hu­mana se acharia mais profundamente modificada do que foi por todas as descobertas efetuadas até hoje. Se a hipótese de Faraday, atribuindo à gravitação o caráter antitético da eletricidade, for verificada, é nós a aplicar­mos, os fenômenos de levitação, tão numerosos ao ocul­tismo, perderão a sua aparência paradoxal.
O levantamento, pelo ímã, de um pedaço de ferro colocado sobre uma mesa, sua subtração à ação do peso, é um fenômeno natural e não pode ser compreendido senão admitindo-se que a gravitação possua uma natu­reza antitética. As caudas dos cometas, que se dirigem ora para o Sol e ora em sentido oposto, fornecem a prova de que a gravitação pode, em condições dadas, de confor­midade com leis universais, transformar-se em levitação e reciprocamente.
A ciência da natureza, utilizando-se do princípio da evolução que tomou emprestado à filosofia, comete sem­pre o erro de desconhecer seu próprio poder evolutivo.
Desde que surge uma nova idéia, apressam-se em consi­derá-la como definitiva, criando assim um obstáculo a todo progresso ulterior. Hoje, apoiando-se na lei da gra­vitação é que se nega e declara impossíveis os fenômenos ocultistas de levitação, sem refletir que, se existem im­possibilidades matemáticas e lógicas, tudo na física re­pousa sobre a observação e a experimentação. Neste último domínio só teria o direito de formular a priori a palavra impossível àquele que possuísse a ciência absoluta. Não foi esse o procedimento de Newton. Ja­mais foi feita uma descoberta aplicando-se uma porção tão enorme de Universo, como a da gravitação universal, de Newton. Uma lei em ação, mesmo sobre os mais ínfi­mos globos do espaço, foi transportada à Via-láctea e às mais longínquas nebulosas, cuja luz gasta milhões de anos para chegar até nós que Newton nunca teve a idéia de impor à potência evolutiva da Ciência, esses limites que as mais das vezes não passam de manifesta­ções do orgulho do sábio que fez uma descoberta e não admite que se vá além. Em seu leito de morte, ele dizia: Não sei o que de mim pensará a posteridade; comparo-me mesmo a uma criança que, brincando numa praia, achou, para sua grande alegria, um seixo mais po­lido ou uma concha mais elegante que as outras, enquanto diante dela se estende, a perder de vista e ainda inexplo­rado, o oceano imenso da verdade (48). Esse oceano imenso e inexplorado ainda se estende diante de nós, e as grandes descobertas dos séculos futuros somente serão possíveis se tivermos a modéstia de considerarmos as maiores descobertas do passado e do presente como seixos polidos ou belas conchas.
Enquanto a ciência da natureza ficar fiel ao pre­juízo, que ela cultiva com tanto cuidado, de ver no peso uma força invariável, não poderá mesmo conceber a sim­ples idéia de investigar as leis cuja ação possa contrariar a gravitação, e continuará a afirmar a impossibilidade.
A Natureza, dizia ele, envolveram em um véu e em trevas tão espessas as vias e os meios de que se serve para imprimir a todos os corpos sua tendência a cair sobre a Terra, que, apesar de todo esforço e sagaci­dade, não se pôde ainda descobrir o menor traço. Foi isso que levou os filósofos a buscarem a causa desse fe­nômeno maravilhoso nos próprios corpos, numa proprie­dade que lhes seria essencial, em virtude da qual eles tenderiam para o centro da Terra, como se sentissem a necessidade imperiosa de, como uma parte, unir-se ao todo. Isso não se chama descobrir causas, mas criá-las pouco claras e incompreensíveis a qualquer pessoa. (50)
Os corpos são pesados tal é a fórmula enunciada na linguagem da ignorância, que se prende ao fato mais imediato, à sensação do peso que nos fazem experimentar os corpos. Colocamos nos corpos uma atividade, ainda que, em sua tendência a caírem, eles não obedeçam senão passivamente à atração terrena. Se o peso fosse inse­parável da matéria, seria invariável, o que não se dá; porque, se o homem for transportado para a Lua, não possuirá mais que o sexto do seu peso (50), se o for para o Sol, terá um peso enorme. O peso, de causa exterior e variável, não é, pois inseparável da concepção da matéria. Desde então, cai toda objeção contra a pos­sibilidade da levitação, e cada dia poderá fazer conhecer um novo processo a empregar-se para subtrair um corpo material à atração terrena, pela ação de uma força agindo em sentido contrário.
Ora, a levitação não é somente possível: ela é uma realidade. Milhares de pessoas verificam-na, e entre elas se acham investigadores sérios que a submeteram à in­vestigação científica. Portanto, a Ciência tem o dever de explorar o domínio do ocultismo que apresenta essa força da levitação. Mas, no dia em que ela se firmar na idéia de que, apesar de conhecermos a lei da gravitação, a causa desta é ainda um grande enigma, se libertará desse prejuízo e desaparecerá esse grande obstáculo ao pro­gresso. Se a Ciência não se deixasse cegar e não perma­necesse sistematicamente afastada do domínio onde po­deria explorar à vontade os tão numerosos fenômenos da levitação, teria dado grande passo para a solução de um dos problemas de maior importância para a Humanidade.
Babinet disse: Aquele que, contra toda possibili­dade, conseguisse elevar ao ar, e aí conservar, em sus­pensão, uma mesa ou qualquer outro corpo em repouso, poderia lisonjear-se de ter feito a mais importante de todas as descobertas do século. Newton tornou-se imor­tal pela sua descoberta da gravitação universal; aquele que soubesse subtrair um corpo à gravitação, sem meio mecânico, teria ainda feito mais (49). Babinet tinha razão para atribuir grande valor a tal descoberta; mas errou acrescentando que o fato era impossível. Ele tam­bém confunde a lei e a causa da gravitação. Mesmo que não tivéssemos a menor idéia dessa causa, seria eminen­temente ilógico afirmar a impossibilidade da levitação. Mas, se a gravitação entra nas leis fundamentais da ele­tricidade, a levitação se torna logo uma das suas mais positivas possibilidades.
As leis são imutáveis, mas as causas podem variar, e sua variabilidade fica estabelecida com a descoberta das forças que permitem modificá-las. O que faz que um sábio, como Babinet, tenha essa idéia tão fixa sobre o peso, é ele, sem muito refletir, considerá-lo como um atributo inseparável da matéria. Entretanto há duzentos anos já que Huyghens nos punha em guarda contra se­melhantes erros
em atividade, de estudá-la em suas manifestações e, va­riando as condições experimentais, procurar estabelecer a lei do fenômeno.
Sou partidário de uma estreita aliança entre a física e o ocultismo, e isso no interesse de ambos. Se todos os ocultistas fossem excelentes físicos, não veríamos acumu­lar-se há tantas dezenas de anos fatos e materiais rela­tivos à levitação, sem alguma tentativa séria de explica­ção. Eu não teria necessidade, ainda que tendo estudado a física, de deter-me nisto, abandonando o resto aos fí­sicos. Se, pelo contrário, todos os físicos fossem exce­lentes ocultistas, em vez das discussões estéreis onde uns afirmam os fatos e outros lhes negam a possibilidade, veríamos surgir discussões fecundas sobre as causas dos fenômenos. Os físicos não tardariam então a reconhecer que o ocultismo é suscetível de fornecer-lhes nova orien­tação, e que em particular o estudo da levitação fornece a solução de um problema que excede em importância a todos os outros.
 
 
 
A LEVITAÇÃO
 
 
Sendo dado um fenômeno à primeira vista inexpli­cável, o sábio o encarará de um modo diferente, segundo a opinião elevada que forma de si ou da natureza. Um rejeitará tudo o que não puder entrar no seu sistema, e, ai esbarrar com um desses fatos, além de fazer todo o possível para evitar corrigir seu sistema, tratará o fato com soberano desprezo; outro o admitirá como um in­truso que a importuna, mas sem ousar afastá-lo; só o verdadeiro investigador se esforçará por obter fenômenos que possam fornecer-lhe a ocasião de reformar o seu sis­tema. Para pôr em relevo essas diferentes disposições de espírito, eis algumas passagens de autores diversos.
A Academia de Medicina de Paris: Desprezemos os fatos que são raros, insólitos e maravilhosos, como a renovação dos movimentos convulsivos pela direção do dedo ou de um condutor através de uma porta, um muro... Acreditamos não dever fixar a nossa atenção, sobre casos raros, insólitos e extraordinários, que parecem con­trariar todas as leis da física. (51)
Wirchow: Ninguém se alegra com a aparição de um novo fenômeno; pelo contrário, a sua constatação é, muitas vezes, penosa. (52)
Herschel: Seus olhos (os do observador) devem sempre estar abertos para não deixarem escapar qual­quer fenômeno que contrarie as teorias reinantes; por­que, todo fenômeno desse gênero, marca o começo de uma nova teoria. (53)
Os casos de levitação multiplicam-se cada vez mais nestes últimos tempos; apesar disso, sua realidade não é aceita por causa dessa disposição de espírito, de todas a mais freqüente e prejudicial a qualquer progresso, e tão perfeitamente caracterizada no trecho acima citado do Relatório da Academia de Paris. Não os examinam rejeitam-nos como impossíveis.
Entretanto, se, para se entregarem ao exame que se impõe tomarem por ponto de partida o único verdadeiro, a gravitação, verificarão logo que a levitação, isto é, a suspensão do peso de um corpo terreno, se produzirá necessariamente no caso de se poder suprimir a Terra, ou por outra, subtrair o corpo ao seu centro de atração. Não sendo isso realizável, é preciso, para explicar a levi­tação, procurar ver se existe alguma força oposta à gra­vitação e capaz de vencê-la. A questão assim apresentada tem a sua resposta clara e evidente. A própria natureza nos oferece exemplos de forças desse gênero. O calor dilata os corpos, isto é, sob a influência do calor, a coe­são ou força de atração que se exerce entre os átomos, é diminuída ou abolida. O exemplo do ímã é ainda mais frisante; o ímã que suporta um pedaço de ferro, triunfa do peso deste. Se, entre dois poderosos ímãs, colocarmos um tubo de vidro, no qual se introduza uma bola de ferro, esta fica livremente em suspensão no tubo. O magne­tismo, neste fenômeno de atração, como nos fenômenos de repulsão que ele produz, é pois um antagonista do peso.
Ora, há cem anos Mesmer descobriu uma nova força, cuja fonte se acha no organismo humano e a que ele chamou magnetismo animal, por causa das analogias que encontrou entre ela e o magnetismo mineral, por exemplo: nos fenômenos de atração e da ação produzida pelos passes diretos e inversos. Essas analogias permitem supor que o magnetismo animal é suscetível, por seu lado, de contrariar a ação do peso, isto é, de produzir a levi­tação. Entendamo-nos bem: há levitação não somente no caso em que um corpo se levanta verticalmente, em sentido contrário ao peso, mas ainda naqueles em que os movimentos se operam em um sentido qualquer, contanto que previamente a ação do peso seja vencida; não é mesmo necessário que haja movimento, como prova um fato narrado por Ginelin: a moeda que, apesar da lei de gravitação, ficou aderente à fronte de um indivíduo que sofria de dores na cabeça. (54)
Há cem anos, Petetin fez experiências em catalép­ticos. Quando ele colocava a sua mão por cima da dos cataleptizados, na distância de uma polegada, a mão destes se erguia e todo o braço seguia o movimento lento de recuo do operador (55). Foi, porém, Reichenbach quem criou a física do magnetismo, e o primeiro que fez experiências seguidas. Encontra-se, diz ele, no es­tudo dos eflúvios ódicos, modos particulares de atração e repulsão, que se traduzem pela reunião e separação dos seus pólos. Se fizermos que um sensitivo estenda a sua mão esquerda horizontalmente, tendo a palma virada para baixo, e apresentarmos a esta as pontas dos dedos da nossa mão direita, de baixo para cima, a mão esten­dida parece tornar-se pesada, com tendência a abaixar-se, como se fosse atraída para o solo. Se, ao contrário, apre­sentarmos à palma as pontas dos dedos da nossa mão esquerda, as sensações do sensitivo serão inversas: sua mão parece ficar mais leve, com uma tendência para ele­var-se, como se fosse atraída para cima. - Este fenô­meno é delicado e pouco acentuado, mas suficientemente claro, e se verifica em todos os sensitivos, contanto que a sua sensibilidade não seja muito fraca. Se, em vez de operar-se sobre a mão esquerda do sensitivo, operar-se sobre a direita, as sensações serão as mesmas, mas em sentido oposto... Os membros do mesmo nome (isonô­mios) se repelem fracamente, os de nomes contrários (heteronômios) se atraem da mesma maneira; em um dos casos, o peso natural da mão parece aumentado, no outro parece diminuído (56). Reichenbach mostrou que essa atração e essa repulsão podem ser obtidas por meio de pólos ódicos inanimados; assim, os pólos dos cristais e dos ímãs produzem os mesmos efeitos que as pontas dos dedos (57). Ele empreendeu experiências análogas com outras fontes od, a luz solar, as plantas e os corpos amor­fos (58). O que há de mais notável, é o antagonismo que se manifestou nas experiências de Reichenbach, entre o magnetismo animal e o magnetismo mineral: Dei ao Sr. Leopolder, professor de mecânica em Viena, atual­mente na Universidade de Lemberg, uma pequena barra imantada, que ele conservou em equilíbrio na ponta do seu índex direito; essa barra tinha cinco polegadas de comprimento, e 1/16 da polegada quadrada de seção; ela movia-se também para dentro (isto é, a sua extremidade mais próxima do meio do corpo se dirigia para este), seja sobre o dedo da mão esquerda, seja sobre o da direita. Aqui se apresenta um interesse ainda maior para a indagação que fazemos. A barra imantada operava, em toda circunstância, uma rotação para dentro, qualquer que fosse a posição do operador em relação ao horizonte. Assentamo-lo com a face voltada para o Sul, tendo, em equilíbrio, sobre o índex direito, a barra conservada no plano do paralelo terreno, com o pólo norte do ímã diri­gido para o Ocidente; nessa posição, o pólo norte nega­tivo deve tender para o Norte, a força magnética atrain­do-o necessariamente para o pólo norte terreno, desde que ela tenha uma intensidade suficiente para vencer o atrito da barra sobre o seu ponto de apoio, isto é, sobre a ponta do dedo. Produzindo-se então o fato, a força de rotação (ódica) pondo em movimento a barra pela sua preponderância sobre a resistência do atrito, seu pólo norte deveria, segundo o raciocínio supra, girar para o pólo norte da Terra e o que ele não faz; ao contrário, gira para o Sul, em oposição direta à atração polar natural; quanto ao seu pólo sul, ele se dirige agitado, para o corpo do seu suporte vivo, isto é, para o pólo norte da Terra.
Portanto, o ímã estava longe de obedecer à atração magnética, vencido pela força de rotação (atração ou repulsão ódicas) e, apesar da sua natureza íntima, era violentamente constrangido a mover-se no sentido inverso da sua polarização. A força que estudávamos aí é, por­tanto tão considerável tão característica e independente, a força (ódica) de rotação naquelas circunstâncias é tão superior à força (magnética.) de rotação, que não hesita­mos em aceitar a luta com o magnetismo, que se lhe opõe diretamente e é vencido na luta por ela... O resultado foi idêntico em todas as orientações, e o foi ainda todas as vezes que repetimos a experiência com muitos outros sensitivos e outras barras. (59)
Portanto, houve identidade de resultados numa série de experiências muito variadas. Os sensitivos fracos não conseguiam provocar os movimentos. Mais de um tinha seus dias e, mesmo, horas em que periodicamente obti­nham essas rotações (60). Eis como Reichenbach resu­me: Descobrimos uma força desconhecida, que se revela nos sensitivos, mas somente neles, parecendo faltar com­pletamente que o não sou... Ela cresce pela reunião de muitos sensitivos, e emana mais abundante nos que são dotados de maior sensibilidade. Pode-se, por meio de obs­táculos ódicos, aumentarem-lhe a importância a ponto de produzir mal-estar, desfalecimentos e convulsões. Suas manifestações exteriores são enfraquecidas por tudo o que restringe a expansão do od, como, por exemplo, pela oposição de pólos heteronômios... Esses efeitos (de ini­bição) não são contínuos, mas compõem-se de uma su­cessão de botes. (61)
Como as experiências feitas em objetos inanimados apresentam uma força mais demonstrativa para nós, com­preendidos mesmo os doutores, vou passar a ensaios cuja narração me forçará a tocar no domínio do Espiritismo. Não se assuste o leitor, não lhe falarei dos Espíritos, mas de uma força emanada do médium, e, portanto de um assunto que a antropologia tem desprezado. No fe­nômeno das mesas girantes todos os assistentes contri­buem para a produção dessa força.
Esse fenômeno, observado na câmara escura de Reichenbach, é acompanhado da produção de luz (62). A parte superior da mesa torna-se luminosa, e desde então esta começa a oscilar, a deslocar-se e a elevar-se; aqui igualmente o magnetismo animal aparece como uma força motora, oposta ao peso. Examinemos de mais perto algumas das manifestações dessa força.. No decurso de certa sessão, colocou numa balança uma grande mesa de sala de jantar, pesando 121 libras. Ao simples desejo expresso, esse peso descia a 100, depois a 80 e 60 libras, ou se elevava a 130, e mesmo a 144 libras. A mudança de peso se operava no intervalo de 3 a 8 segundos (63). O Professor Boutlerow experimentou igualmente essa força, que ora se combina com o peso e ora lhe resiste. Repele a expressão mudança de peso por lhe parecer inexata: Nenhum de nós, diz ele, jamais pensou em ver­dadeira mudança de peso. Para nós não se tratava ali de outra coisa a não ser de uma mudança nas indicações da balança, determinada por uma força agindo em con­corrência com o peso. Essa força age: ora no mesmo sentido que o peso e a ele se junta, e ora em sentido contrário; e então o marcador da balança indica uma diminuição aparente de peso. Quanto à origem dessa força, Boutlerow admite, com Crookes, que ela é forne­cida pela matéria ponderável do corpo do médium, não havendo mais que o transporte da força vital de um corpo material para outro. Os movimentos aparentemente es­pontâneos dos corpos se explicariam do mesmo modo; o contacto do médium com os objetos não seria sempre necessário. Eis o que diz Boutlerow a propósito de uma experiência com Home: Momentos depois, Home tomou uma campainha posta sobre a mesa, e conservou-a a certa distância da beira desse móvel, um pouco mais baixo que o plano superior. A campainha e a mão de Home estavam bem iluminadas pela luz de uma vela. No fim de alguns segundos, Home deixou a campainha, e esta se conservou livremente suspensa no ar (64). Boutlerow observou fatos análogos na presença de outras pessoas do seu co­nhecimento, que não eram médiuns de profissão.
Se agora notarmos que o peso aparente de um corpo pode achar-se modificado sem adição nem subtração de matéria, resulta, uma vez ainda, que o peso de um corpo não depende da quantidade de matéria que ele contém, mas do seu conteúdo de od, e que, de conformidade com a sua polaridade, o peso aparente se acha modificado pela subtração ou adição de od. Aqui surge uma ques­tão embaraçante, cujo exame abandono aos físicos. O modo por que se comportam as caudas dos cometas, pa­receu impor-nos a obrigação de identificar a gravitação com a atração elétrica, e a levitação com a repulsão elétrica. No movimento das mesas e outros fatos dessa espécie, vemos os mesmos resultados produzirem-se pela influência do od, agindo como força motora. Ora, Rei­chenbach mostrou que, na natureza, o od e a eletricidade oferecem entre si relações estreitas, apesar da indepen­dência da sua atividade (65). Restaria saber de qual dessas duas forças dependem os fenômenos, mas hoje o problema apenas pode ser formulado. A única coisa pro­vada é que, pela subtração ou adição de od, o peso dos corpos se acha modificado, como se a quantidade de ma­téria neles contida se achasse diminuída ou aumentada; que, além disso, a força que rege essas modificações deve ser polarizada, pois ela é suscetível de produzir um e outro fenômeno. Não se pode tratar aqui senão de uma modificação da polaridade ódica. Seja como for, essa força é suscetível de produzir efeitos consideráveis. Wallace diz: Vi, na presença do célebre médium Daniel Home, variar de 30 a 40 libras o peso de uma grande mesa, peso que previamente se havia determinado em pleno dia, para afastar qualquer causa de erro (66).
Será bom citar também as experiências de Crookes, feitas com grande precisão, porque as modificações se produ­ziam ante um simples desejo do operador.
1 Experiência: Torna-se leve. A mesa se levan­tou, e a balança não acusou mais que um peso de meia libra, se tanto.
2 Experiência: Torna-se pesada. Foi precisa uma força de 20 libras para erguer a mesa por um dos seus lados; achando-se todas as mãos colocadas à beira da mesa, com os polegares visíveis.
3 Experiência: Pergunto se a força que reage é capaz de levantar a mesa bem horizontalmente, quando eu busque atrai-la por meio do cordão da balança. Desde logo a mesa deixou totalmente o solo, ficando perfeita­mente horizontal, e a balança acusou uma força de 24 libras. Durante essa experiência as mãos de Home estavam colocadas sobre a mesa, ao passo que as dos assistentes se achavam à beira da mesma, como na ex­periência precedente.
4 Experiência: Torna-se pesada. Todas as mãos estão à beira da mesa; desta vez foi preciso empregar uma força de 43 libras para destacar a mesa do solo.
5 Experiência: Torna-se pesada. Desta vez, o Sr. B... Tomou uma luz e iluminou a parte interior da mesa para certificar-se de que o aumento do peso não era produzido pelos pés dos assistentes ou por algum artifício. Durante esse tempo, examinei a balança e veri­fiquei que era preciso um peso de 27 libras para erguer a mesa. Home, A. R. Wallace e as duas damas tinham as mãos colocadas à beira da mesa, e B... Afirmou que nin­guém tocava o móvel de modo que o seu peso fosse aumentado. . .
Perguntei então se me era permitido pesar a mesa, sem Home nela tocar. - Sim... Foi à resposta.
      I - experiência: Prendi à mesa a balança de mola, e pedi que ela se tornasse pesada; tentei então levan­tá-la e, para consegui-lo, foi preciso uma força de 25 li­bras. Durante esse tempo, Home esteve sentado em sua cadeira, recostado no espaldar, com as mãos longe da mesa e com os pés tocando os das pessoas próximas.
2 - Experiência: Torna-se pesada. Sr. H... Tomou então uma luz, esclareceu a parte inferior da mesa para se certificar de que ninguém a tocava, enquanto eu fazia a mesma verificação na parte superior. As mãos e os pés de Home conservavam-se na mesma posição que na ex­periência precedente, o indicador da balança acusou um peso de 25 libras. (67)
Assim, do mesmo modo que um ímã pode tornar magnético um pedaço de ferro (produzindo a chamada in­dução magnética), e que um corpo carregado de eletrici­dade pode influenciar outro, existe também no corpo hu­mano uma força capaz de transportar-se para objetos variados. O número de corpos que podem sofrer a ação do magnetismo animal parece mesmo ser muito consi­derável. Slade tocou com a extremidade do dedo o es­paldar de uma cadeira, e ela, levantando-se a uma altura de três pés, ficou flutuando durante alguns segundos, e depois caiu (68). Zôllner e Wilh. Weber viram a agulha imantada desviar-se pelos eflúvios das mãos de Slade. Züllner propôs tentar a imantação de uma agulha não magnética. Escolheram uma agulha de fazer ponto de malha e verificaram, por meio da bússola, que ela não estava imantada, pois atraía igualmente os dois pólos da agulha magnética. Slade colocou essa agulha sobre um prato que deixou em baixo da mesa, como fazia habi­tualmente com a lousa para obter a escrita direta; no fim de quatro minutos, colocou o prato com a agulha sobre a mesa e verificou que essa agulha estava iman­tada apenas numa das suas extremidades, mas tão po­derosamente que atraía e prendia a limagem de ferro e pequenas agulhas de coser, e que, por ela, se podia facil­mente fazer a agulha da bússola efetuar rotações com­pletas. O pólo obtido era o austral; ela repelia o pólo austral da bússola e atraía o boreal (69). Verificaram também que, por influência do médium, as correntes mo­leculares podiam ser desviadas, fenômeno sobre o qual repousa precisamente a magnetização dos corpos segundo a teoria de Weber e de Ampare. Muitas vezes notaram-se que as tesouras e as agulhas de que se serviam as so­nâmbulas para os seus trabalhos de costura, etc., eram magnéticas, e é provavelmente à mesma influência que se deve atribuir o fato de os relógios de algibeira de certas pessoas nunca marcharem com regularidade, apesar de todos os consertos que sofram. Foi provavelmente tam­bém uma ação magnética que exerceu o profeta Eliseu no seguinte fato contado na Bíblia: O profeta tinha ido com seus companheiros às praias do Jordão para cortar a madeira destinada à construção de uma choupana; um deles deixou cair na água o seu machado e amargamente se lamentava por essa perda. Eliseu fez que lhe indi­casse o lugar onde o machado havia caído; em seguida, mergulhando na água um toro de pau, que cortou, este voltou à superfície trazendo o machado. (70)
Nas sessões espíritas se verifica que a força de levi­tação, como força motora, emana do médium (71) e tam­bém dos assistentes. De um modo geral, o médium não se distingue das outras pessoas senão pela maior faci­lidade de escoamento dos eflúvios ódicos que ele possui. Nessas sessões faz-se muita questão para que a cadeia formada pelas mãos não se rompa; pois, do contrário, haveria a interrupção do fenômeno e, portanto, sério perigo, se nesse momento se estivesse produzindo uma levitação. Assim, por exemplo, se objetos flutuarem no ar, eles cairão, desde que a cadeia se rompa; e isso bem prova que a força da levitação é tirada dos assistentes. No decurso de uma sessão às escuras, em Viena, eu ouvia - pois que não podia ver - como subia e flutuava no ar uma pesada caixa de música, que eu só podia carregar servindo-me dos meus dois braços; se tivéssemos rom­pido a cadeia, sem dúvida alguma ela teria caído, como sucedeu com uma guitarra em certa sessão em Auteuil, que, passeando acima do círculo, caiu sobre a cabeça de um dos assistentes, arranhando-lhe a testa, quando este, querendo segurá-la, largou a mão do seu vizinho (72). Em sessões desse gênero têm-se visto muitas vezes obje­tos inanimados, mesas, cadeiras, etc., aproximarem-se em linha reta do médium, e outras vezes também se afasta­rem dele. Quando na Mística Cristã se conta que imagens, contempladas piedosamente por certos fiéis, se aproxi­mavam deles, talvez haja razão para crer-se na realidade do fenômeno; aí os contempladores eram agentes mediú­nicos inconscientes.
Nessa ordem de fenômenos trata-se, antes de tudo, de uma força contida no médium, suscetível de exte­riorizar-se e de agir como força motora. Reichenbach já havia demonstrado que os eflúvios ódicos constituem uma força motora (73), e de Rochas consagrou a esse problema um livro (74), onde prova que os eflúvios ódicos dos médiuns devem ser considerados como o substrato de uma força motora. O magnetismo animal age à dis­tância, como o magnetismo mineral; é como este, polari­zado, e pode igualmente reforçar ou contrariar a ação do peso. É ainda uma analogia entre essas duas espé­cies de magnetismo. A ação à distância, como qualquer outro fenômeno de magia, não procede, pois, do homem material, mas do homem ódico, e como não é possível figurar este último senão segundo o esquema do primeiro, podemos dizer que a ação a distância procede do corpo astral. Vendo-se a mesma força exercer nas sessões es­píritas, trata-se, pois de saber se podem explicar os fenômenos pela simples ação do médium, ou se é preciso recorrer a inteligências estranhas - a Espíritos - ou, afinal, se forças idênticas dessa dupla origem se com­binam para a produção dos fenômenos.
Antecipando investigações ulteriores, podemos dizer que o corpo astral exteriorizado não constitui somente o suporte de uma força motora, porém que é também o portador da força vital, da força formativa, da sensibi­lidade e da consciência. Ele pode existir independente­mente do corpo material e estar dele separado, o que equivale a afirmar a sua imortalidade, como ficará pro­vado experimentalmente nas investigações encetadas pelo Sr. de Rochas. Portanto, as ações produzidas pelo corpo astral durante a vida terrestre do homem, nos sonâm­bulos e médiuns, devem ser idênticas às do corpo astral definitivamente exteriorizado pela morte. Os fenômenos observados nas sessões espíritas podem apresentar uma dupla origem: os médiuns e os Espíritos, e inúmeras observações têm provado que os Espíritos operam por meio de forças que se fundem com as do médium num todo bem homogêneo. O mesmo processo se aplica ao fenômeno da levitação.
Portanto, temos as melhores razões, quando se trata de fatos dependentes do od, para instruir-nos com aque­les que têm consciência de se achar em relação com ele. Em primeiro lugar, devemos dirigir-nos aos sonâmbulos; os médiuns nos serão de menor utilidade, porque, por ocasião da produção dos fenômenos, ou eles se acham em transe e, portanto, sem consciência, ou acordados, mas sem a consciência ódica. Limitemo-nos, pois aos so­nâmbulos. Um dos mais notáveis, e que era ao mesmo tempo médium, a vidente de Prevorst, apresentou, acerca do fenômeno de levitação, considerações dignas de estudo. Ela designa a força ódica ou magnética sob o nome de espírito nervoso, e dizem ser este uma energia muito mais imponderável e poderosa que a eletricidade, o galvanismo e o magnetismo mineral. Ela atribuiu, antes de Reichenbach e Rochas, ao espírito nervoso, a faculdade de suprimir o peso dos corpos. Nos homens mergulhados em um estado magnético profundo, esse espírito nervoso facilmente se destacaria dos nervos e da alma, podendo por seu intermédio agir à distância e manifestar-se, por pancadas. (75)
O Dr. Klein fala de uma sonâmbula que lhe pedia o seu relógio e o colocava sobre a fronte, onde ele ficava aderente apesar dos mais variados movimentos que ela fazia com a cabeça (76). Jacolliot viu um faquir que, servindo-se de uma pena de pavão como condutor, abai­xava a concha de uma balança, quando na outra concha existia um peso de 80 quilos. O faquir tocava com a ponta dos dedos a borda de um vaso cheio de água, e esse vaso podia-se mover em todos os sentidos, sem que a água se movesse. Muitas vezes o vaso se elevou a sete ou oito polegadas acima do solo. O mesmo hindu pediu um lápis, que colocou sobre a água e, estendendo a mão por cima, o lápis se deslocava em todas as direções. Ele tocou delicadamente no lápis, que flutuava na água, e este mergulhou até ao fundo do vaso. Sobre uma pequena mesa que Jacolliot podia levantar com dois dedos, o faquir colocou a sua mão durante um quarto de hora; após isso, Jacolliot não pôde levantá-la, e, como ele em­pregasse toda a sua força, a tábua superior se despren­deu. Alguns minutos depois, a força comunicada à mesa se dissipava, e ele readquiriu a sua mobilidade. Quan­do ia partir, o faquir notou um molho de penas dos mais notáveis pássaros da índia: tomou uma porção dessas penas, e atirou-as ao ar o mais alto que pôde. Elas caíram lentamente, mas, ao chegarem à proximi­dade da mão do faquir, colocada por baixo, tornaram a elevar-se até ao toldo do terraço e ali ficaram pregadas. Depois da partida do faquir elas desceram (77). Crookes imaginou aparelhos permitindo suprimir toda a comunica­ção mecânica direta, da força emitida pelo médium Home ao instrumento registrador das variações de peso (78). Ele viu uma cadeira elevarem-se, com uma senhora, muitas polegadas acima do soalho, ficar assim suspensa durante cerca de dez segundos, e depois descer lentamente. (79)
Todas essas faculdades aumento de peso e levitação, não podem ser próprias do corpo material do médium, mas sim do seu corpo astral que, de natureza ódica e polarizada como é, pode agir sobre o conteúdo ódico íntimo dos objetos. Como, depois da morte, o corpo astral subsiste, é claro que os Espíritos devem ser dotados das mesmas faculdades. A esse respeito é bom notar que a vidente de Prevorst atribuía a faculdade de suprimir o peso, não somente ao seu espírito nervoso, mas também aos Espíritos. Ela afirmou muitas vezes que os Espíritos têm o poder de subtrair o peso aos objetos (80), e esse fato me parece experimentalmente provado por todos os fenômenos espíritas, nos quais o peso se acha aumentado ou diminuído segundo o desejo expresso do operador, como nas supracitadas experiências de Crookes.
Numa experiência do Dr. Hallole com o médium Home, havia sobre a mesa um copo com água, duas velas, um lápis e algumas folhas de papel. Tendo-se a mesa elevada com uma inclinação de trinta graus, todos os objetos que se achavam sobre ela conservaram as suas posições, como se estivessem aí colados. Pediram depois aos Espíritos que levantassem a mesa com a mesma inclinação, e destacassem dela o lápis, conservan­do-se o resto em posição fixa. O lápis caiu no chão, e os outros objetos conservaram sua fixidez. Tornaram a colocar o lápis sobre a mesa e pediram a mesma expe­riência, mas desta vez para se conservar tudo, exceto 0 copo; o copo escorregou e foi recebido à beira da mesa por um dos assistentes. Em outra sessão, a mesa er­gueu-se sob um ângulo de 42°; sobre ela achavam-se um jarro de flores, livros e pequenos objetos de ornamento. Tudo se conservou imóvel, como se os objetos estivessem presos aos seus lugares (81). Numa experiência feita pelo príncipe Luís Napoleão com o médium Home, um candelabro guarnecido de velas acesas passou da posição vertical à horizontal, onde ficou flutuando livremente, continuando as chamas a brilhar em sentido horizon­tal (82). A teoria espírita se impõe ainda mais no fenô­meno de transportes, quando objetos colocados a uma grande distância são trazidos a pedido, como, por exemplo, na sessão em casa de Napoleão, onde objetos, que se achavam no quinto ou sexto salão, foram trazidos ao primeiro. Os fatos desse gênero são inumeráveis; e se, nessas experiências, empregassem aparelhos registrado­res, verificariam que o fenômeno de transporte repousa na levitação. É o que se observa nas numerosas histórias das casas mal-assombradas, onde os objetos mais estra­nhos servem de projeteis. Todas essas histórias afirmam que não ficaram feridas as pessoas atingidas por esses projeteis. Glanvil relata a história de uma casa mal-as­sombrada, na cidade de Londres, onde uma pessoa foi atingida na cabeça por um sapato que lhe jogaram, mas tão docemente que ela nada sofreu (83). Em outra casa, em Mulldorf, uma pessoa foi atingida por um martelo, outra por uma telha, mas todos os projeteis eram tão leves que não ocasionava mal algum e, ao caírem, pa­reciam privados de peso (84). Em Munchof, os objetos mais variados, tudo o que podia servir de projeteis, foram lançados contra as janelas; porém os mais pesados, ape­sar da velocidade de que vinham animados, ficaram fixos às vidraças, e outros, apenas as tocaram, caíram ao chão. Pessoas atingidas por grandes pedras não sofreram, com grande espanto seu, senão ligeiros choques, apesar da enorme velocidade com que as pedras eram lançadas; e, apenas produzido o contacto, os projeteis recaíam vertical­mente. Sendo um homem atingido por uma colher pe­sando três quartos de libra, apenas experimentou um leve toque (85). O advogado Joller conta que, muitas vezes, pedras eram atiradas à sua casa e iam de encontro a um ou outro dos seus filhos, que somente sentiam um leve choque (86). No convento endemoninhado de Maulbronn, os objetos mais diversos eram arremessados; mas, logo que transpunham a janela, em vez de caírem de pronto, desciam lentamente ao solo, como que flutuando. Em outra casa, eram atiradas pedras que faziam tanto dano como se fossem simples esponjas (87). Daumer teve a singular idéia de atribuir, em tal caso, a preservação à ação de misteriosos Espíritos protetores; mas essa asserção não combina com a confissão por ele mesmo feita de se darem, às vezes, ferimentos (88), e convém buscar substituí-la por uma explicação científica, aliás, fácil de adivinhar-se, visto tratar-se de uma força pola­rizada. Sabemos que a eletricidade neutra de um corpo, decomposta por influência, pode ser polarizada de tal modo que a eletricidade positiva se escoe e a negativa fique no corpo, ou reciprocamente. Se tocarmos em um condutor, enquanto ele está submetido à influência, de­terminamos um escoamento de eletricidade, tornada livre, sempre do mesmo nome que a carga do corpo influen­ciante, ao passo que a de nome contrário fica no con­dutor.
Em uma comunicação ao Congresso Internacional das Ciências Psíquicas em Chicago, 1893, o Professor Coues apresentou, como possíveis, três hipóteses para explicar
o movimento das mesas e outros fenômenos análogos: 1$) A teoria mecânica, conhecida sob o nome de teoria das ações musculares inconscientes, da qual diz: Ela é o refúgio natural de todos os físicos e fisiologistas que foram forçados a admitir o fato da mesa girante, porém que, pouco ou nada conhecendo do psiquismo, acham-se logo sem recursos, visto não terem outro meio de escon­der a sua ignorância (89). 2°) A teoria telecinética, segundo a qual objetos inanimados são movidos, em di­reção contrária ao efeito habitual do peso, por uma força comunicada a esses objetos, a distância, por pessoas vivas. (3°) A teoria espírita, aquela que admite que inteligên­cias desencarnadas imprimam aos objetos o mesmo mo­vimento que nós mesmos lhe poderíamos comunicar. - Nada tenho a dizer sobre a primeira hipótese, que disseca o problema para facilitar-se a explicação. Ora, tem-se verificado mil vezes que alguns objetos se movem sem contacto; logo, essa hipótese, mesmo que fosse exata, não explicaria senão uma pequena parte dos fenômenos. Desde o momento que se faz da ciência um leito de Procusto, sobre o qual colocam o problema, a explicação torna-se fácil. Quanto às duas outras teorias, o profes­sor Coues errou em separá-las. Quando os Espíritos movem objetos, o processo não é idêntico ao que empre­gamos. Seria necessário um corpo com a mesma densi­dade (materialidade) que o nosso, e isso só é possível nas materializações completas; os Espíritos operam ne­cessariamente de modo totalmente diverso, e a única hipótese que pode ser aplicada ao caso é a segunda, a telecinética. A telecinesia, ou ação motora a distância, não pode emanar do corpo material dos vivos, mas so­mente do seu corpo astral. Ora, o nosso corpo sobrevive à morte terrestre com todas as suas faculdades; os Es­píritos são providos desse corpo astral, logo, o modo operatório é o telecinético, tanto entre os encarnados dotados dessas faculdades extraordinárias, como entre os Espíritos. Seria fácil provar, de cem maneira diferentes, que as forças chamadas anormais, que o homem pode desenvolver, graças ao seu corpo astral, são as forças normais dos Espíritos.
Uma mão invisível ou fluídica não pode imprimir me­canicamente um movimento a qualquer objeto e, acon­tecendo mesmo que essa mão fluídica segure o objeto, isso não será mais que o efeito de uma associação de idéias, de uma reminiscência humana provocada pela materialização, ou ainda porque esse contacto facilita a levitação. A única classificação exata dos diferentes modos de movimento, abstração feita do movimento me­cânico produzido pelo homem normal, é, pois a seguinte 1°) O movimento produzido pelas contrações musculares inconscientes. Mas não é precisamente por este modo que se produzem os movimentos da mesa, que são devidos ao od agindo como força motora, como provam os fenô­menos luminosos ligados à sua produção. 2°) A teleci­nesia, fenômeno devido ao corpo astral e que se efetua sem contacto. É de natureza anímica, quando emana dos vivos; de natureza espírita, quando emana de desencarnados.
A constatação do fato da levitação não data de ontem; já de há muitas dezenas de anos tem ela sido objeto de experiências, às vezes muito rigorosas. Nossos adversários não têm senão um argumento a opor-nos a levitação é impossível, por ser contrária à lei da gra­vitação. Esta resposta prova desde logo a ignorância de fatos realmente verificados. Além disso, é tão pouco o que sabemos da natureza da gravitação, que já é um motivo para não devermos servir-nos dela com o intuito de combater a levitação. Não é exato que os corpos sejam pesados. Só o fato de a gravitação diminuir na razão inversa do quadrado das distâncias, deverá impedir-nos de fazer do peso 'um dos atributos da matéria. Os corpos não são pesados senão relativamente aos centros de atra­ção que se podem apresentar, e estes existem em muito grande número no Universo, para que erremos em crer que a gravitação deva entrar na concepção da matéria. Vemos que a eletricidade e o od podem contrariar a gra­vitação; e sendo ambos forças dotadas de dualidade (po­laridade), não é absurdo considerar a gravitação como a expressão unilateral de uma força polarizada, como da atração elétrica ou ódica, suscetível todavia de transfor­mar-se em repulsão, em levitação, se a carga do corpo influenciado mudar de sinal (tal é o caso das caudas dos cometas) ou se a eletricidade neutra desse corpo for decomposta. Logo, a gravitação e a levitação não se contradizem uma à outra mais que os dois pólos de um ímã.
CARL DII PREZ
(41) Ieenkrahe - Das Rcethsel der Sehwerlcraft
(42) Newton - Principio, III.
(43) Erkloernng der universellen Gravitntion ans den sta­tischen. Wirleungen der Eleletrieitbt, - et Wíssenechaítl. Abh­andl., I, 417-459.
(44) Fsraday - Rech. Expérim sur electricité.
Tradução alemã, III.
(45) Qampbes: andus, 30 de setembro de 1872. (46) Zollner - Natur der Kometen, 70, 127, 128.
(47) Zollner - Wissensch Abhemdl, II, 2, 638-640.
(48) Brewaber - Life of Newton, 338.
(49) Hevue des Deux-Mondes, 1854, 530.
(50) Huyghens - Diss. de causa gravitis.
(51) Rapport des Commiseaires de la Soc.Royale de Med. pour faixe 1'examen du magnetisme animal, pag.21.
(52) Wirchow - Ueber Wunder, 23.
(53) Herachel - Einleitung in das Studium der Naturwis­senschalt, 104.
(54) Idem
(55) Idem
(56) Reichenbach - Wer ist sensitiv, wer nicht?
(57) Der sensitiva Mensch, 1, 4 447-456.
(58) Ires afilavas odiques, trad. franc., 104-106.
(59) Les atilavas odiques, trad. franc., 118-111.
(60)  Idem, 118.
(61)  Idem, 123-133.
(62) Reichenbach - Der sensítive Mensch, 1, 121-126.
(63) Owen - Das streítlge Land, 1, 109. - Veja-se a tra­dução portuguesa desta obra: Região em Litígio, à venda na Fe­deração espírita Brasileira.
(64) Psych. Studíen, 1874, 24-25.
(65) Relchenbach - Díe Dynamide.
(66) Sphlnx, X, 265.
(67) Crookes - Anfreichn. uber Sitzungen mit Home. (Trad. alemã) 10-12. Na obra de Delanne: O Fenômeno Espírita acham-se relatadas as experiências de Crookes. - (Nota do Tra­dutor.).
(68) Annales des ciences Paychiques, IV, 196.
(69) Zollner - Wissenschaft Abhandhungen, II, 1, 340.
(70) 2. Reis, 6, 4.
(71) De Rochas - L'Extériorisation de la Motricité.
(73) Reichenbach - Die odische Loch und sinige Bowe­gungserschenungen
(74) De Rochas - L'Extériorisation de la Motricité
(75) Xerner - Die somnambulen Tisch, 21. - Die Sehe­rin von Prevorst, 158.
(76) Archiv. f. thier Díagnetismus, V, 1, 149.
(77) Jacolliot - Le Spiritisme dans le Monde, 245, 281, 282, 285, 295.
(78) Crookes - Recherches sur le Spiritualisme.
(79) Peychlsche Studien, 1874, 108.
(80) Herner - Blaetter aus Prevorst, I, 119.
(81) Home - Révélations sur ma vie surnaturelle, 44, 222.
(82) Hellenbach - Verurtheile der Menschheit, III, 265.
(83) Glanvil - Sadduscismus triumphatus, II, 220.
(84) Gcerres - Die christtiche Mystile, V, 145.
(85) Gcerres - Die christtiche Mystile, V, 145.
(86) Daumer - Das Gesteirreich, II, 253. Cf. Joller - Darsteltellung selle terleleter mysticher.
(87) Daumer - Idem, 256-259.
(88) Daumer - Idem, 267, 268.
(89) Sphinx, XVIII, 251-260; Annales des Sciences Psychi­ques, 1893-94.
Autor: Carl Du Pret
Fonte: A Levitação 40
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