Coltan.
Publicado em 16 de agosto de 2011 por Samanta
Volto aqui para postar sobre um assunto recorrente: nossas ações e o resultado delas.
Ninguém é auto suficiente, e qualquer ato consumista pode trazer consequências irreparáveis a pessoas e regiões.
Parte da solução pode ser afunilarmos nosso consumo, e no mínimo nos informarmos da procedência dos produtos que não são locais ou de comércio comprovadamente justo (isto já é clichê).
Neste gancho vários dizem que tudo que é “justo” é mais caro.
Tá, pode ser mais barato ou mais caro, mas sempre vale a pena.
Em algum momento nossa ética se inclinou para aceitarmos produtos de condições suspeitas.
É, a globalização faz isto. Te distancia tanto da produção que você simplesmente não se importa.
Mas aqui no caso, vou me restringir a objetos eletrônicos, dos quais muitos são desnecessários, ou se precisamos usá-los, não precisamos trocá-los com tanta frequência.
O X da questão não é negarmos as tecnologias, e sim usarmos de forma consciente.
A alguns posts atrás já despejei todo meu desamor pelos aparelhos celulares, porque acho que fazem mal a saúde e virtualizam demais as relações. Mas o problema não para por aí, ainda há outra questão: o coltan, também conhecido como ouro azul.
Ele está presente nos celulares, notebooks, mp3 players, e boa gama de eletrônicos, mas talvez o celular seja o mais descartável destes itens.
Enquanto todo mundo trocar de celular como troca de roupa, ou enquanto as operadoras derem aparelhos de brinde (por exemplo), nenhum minerador de coltan vai ser pago devidamente.
Tudo que é intitulado “ouro” tem por trás histórias de mortes e exploração. Não acredito em ouro justo, seja ele amarelo, azul, negro (petróleo), ou quantos mais ouros rotularem.
Entrando no mundo do coltan, mais precisamente na República “democrática” do Congo, onde fica 65% da reserva mundial e onde ocorre quase a totalidade da extração, você entra numa terra de terror, onde militares e bandos disputam seus poderes com um mesmo propósito: ganhar com a extração de minerais valiosos e diamantes. O Coltan é o novo coringa.
Eles aterrorizam o povo, escravizam e abusam. Nos últimos anos são 4 milhões de mortos, e a grande arma deles é o abuso sexual. Relatados já passam de 300.000 estupros de mulheres e crianças. Mas não para por aí, as atrocidades não se limitam ao estupro (horrendo por si só), eles mutilam os orgãos das vítimas de forma que ou morrem em decorrência aos ferimentos, ou vivem uma vida degradante e humilhante (sem falar dos violadores contaminado por aids).
É, eu estou sendo desagradável mesmo, quero que você tenha o mesmo sentimento de repulsa que eu tive pelo meu celular quando li sobre o assunto, sonho inclusive que você não deseje mais um novo modelo quando ele chegar nas lojas.
Queria que meu site só tratasse de assuntos felizes, mas se os assuntos nem sempre são felizes, as soluções podem ser.
Agora você tem mais um bom motivo para não seguir as modas tecnológicas, e uma notícia boa: você vai sobreviver.
Eu sei bem o que é ser olhada “de canto” quando eu saco meu celular tijolinho, daqueles de menos de R$50,00 (que eu ainda divido com meu marido), ou quando tiro meu notebook “gigante” de 5 anos atrás da bolsa (ambos me servem perfeitamente).
Com uma ação, você economiza, não financia mineradoras que causam grande impacto ambiental e a guerra civil de várias regiões, e de quebra passa a selecionar as pessoas que ficarão perto de você, não pelo que você ostenta e sim pelo que você é!
Aqui segue um link com mais informações e campanhas:
http://lixoeletronico.org/blog/campanha-coltan-and-blood
http://felicidadereal.com.br/coltan/
Fonte: http://felicidadereal.com.br/coltan/
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