Reencarnação de Allan Kardec *
Capítulo XIII
Mensagens dos Invisíveis
Publicamos aqui a série de mensagens ditadas, por meio de incorporação mediúnica, pelos grandes e generosos esplrltos que quiseram colaborar com a nossa obra. A autenticidade desses documentos reside não somente neles mesmos, pelo fato que eles ultrapassam, em vários pontos, a capacidade das inteligências humanas, mas, também, nas provas de identidade que a ela se ligam. Assim é que no curso de nossas conversas com o espírito de Allan Kardec, este entrou em certos detalhes precisos sobre sua sucessão e as discussões que surgiram sobre este assunto, entre duas famílias espíritas, com particularidades que o médium não podia, absolutamente, conhecer, pois era somente uma criancinha, proveniente de pais que Ignoravam completamente o Espiritismo. Esses detalhes se apagaram de minha memória e não pude reconstituí-Ios senão após pesquisas e investigação.
Quanto ao seu valor científico e moral, ver-se-á que os assuntos tratados nessas mensagens atingem o mais alto grau de compreensão humana atual. Eles o ultrapassam, até, em certos casos, mas não permitem entretanto, entrever a gênese da vida universal. Considerando esta obra sob o seu ponto de vista, os autores nos dizem que se poderá haurir uma nova orientação que, no estado atual da evolução que atingimos, é a única compatível "com o grau de compreensão e de resistência do cérebro humano."
Lembremos, porém, àqueles que tenham esquecido, que os espfritos experimentam, às vezes, grandes dificuldades para exprimir por meio de um organismo, de um cérebro alheio, noções e idéias pouco familiares a este último. Ora, é precisamente o caso relativo ao nosso médium e a questão céltica. Allan Kardec verificou isso no curso de suas mensagens, como se verá em seguida. É preciso esforços persistentes da vontade para criar, no cérebro do médium, expressões e imagens inusitadas. Isto explica as criticas que puderam ser endereçadas a certos mortos famosos a propósito das diferenças de estilo anotadas nas suas comunicações.
Uma outra objeção consiste em pretender que Allan kardec está reencarnado no Havre, desde 1897. trinta anos teriam passado de sua nova existência terrestre. (Se) Ora, pode-se admitir que um esplnfo deste valor tenha esperado tão longo tempo para se revelar por obras ou ações adequadas? Além disso, Allan Kardec não se comunica unicamente em Tours, mas também em .muitos outros grupos espíritas da França e da Bélgica. Em todos esses lugares ele se afirma pela autoridade de sua palavra e a sabedoria de seus conhecimentos.
Eis aqui inicialmente a apresentação do espírito de Allan Kardec pelo guia diretor de nosso grupo: Eu vos anuncio a visita do espírito de Allan Kardec. Constatei a ambiência pura e a bela cor fluídica que envolvem este espírito, o brilho de sua fé na força divina superior. É isto que lhe permitiu durante suas existências, prosseguir uma evolução, que lhe dá, a cada vida, os conhecimentos das intuições mais preciosas sobre as formas e as leis da vida universal.
Ele se ligou particularmente à França, e a chama céltica, isto é, a fé primeira natural, sempre briIhou. sobre ele.
Allan Kardec se dedicou a reanimar esta fé na consciência e na subconsciência dos franceses, a fim de os ajudar a elevar seu espfrito e a se aproximar do raio celta.
O médium, ignorando completamente a questão céltica, nos oferece garantia perfeita contra a auto-sugestão.
O celtismo representa a fé ardente emanada das correntes superiores e transmitida na vossa região por uma radiação que auxiliou, de modo poderoso, o desenvolvimento da consciência francesa. É um dos vinculos mais vivazes ao culto divino, ao culto da sobrevivência e ao da pátria. Assim, nas vossas preces, a pequena chama celta que ilumina as vossas consciências de franceses, se eleva, jorra à medida que a sinceridade se sublima.
Vós deveis, na vossa obra, fazer um apelo às reminiscências célticas para ativar esta fé ardente na divindade que provoca, sobre nosso mundo, o envio de correntes geradoras e benfeitoras. Esta alta aspiração, os corações puros a possuem. Como, outrora, os celtas, as almas que têm sede de ideal procuram nas fontes da natureza esta luz benfeitora que simboliza a grandeza divina. Allan Kardec vos dirá como e por que este raio céltico estava ligado ao solo armoricano. (59)
Se eu estivesse ainda sobre a Terra eu me serviria desse tema para demonstrar que é à centelha transmitida pelos celtas que nós devemos, em graus diversos, a necessidade de crença no Além, a satisfação do desabrochamento da alma e a percepção da luz espiritual, isto nos prova que todas as criaturas são obra de Deus.
Concluo vos afirmando que o raio céltico é o guia que vos dirige para o supremo foco da luz. É por esta luz que chegareis a compreender a marcha da vida universal. Nas vossas vidas, à medida que vós subirdes para Deus, vos saciareis nessas fontes poderosas, apreendereis a conhecer as forças insuspeitas do éter, as vibrações criadoras que demonstram a existência do foco divino.
(59) De Armorique , parte da antiga Gália, hoje Bretanha.
Autor: Léon Denis
Fonte: O Gênio Céltico e o Mundo Invisível