Possível vacina contra Aids repercute em jornais do mundo
da Folha Online
A possível descoberta de uma vacina contra o vírus do HIV, causador da Aids, foi assunto abordado pelos principais jornais e emissoras do mundo durante a quinta-feira (3). Ontem, pesquisadores norte-americanos publicaram os resultados de um estudo em um artigo na revista "Science", no qual apontavam dois anticorpos capazes de aniquilar o vírus.
O diário britânico "The Times" classificou a descoberta como o "ponto fraco" do vírus: "a pesquisa para uma vacina contra o HIV deu um passo maior com a descoberta do potencial 'calcanhar-de-Aquiles' do vírus que causa a Aids".
Arte/Folha de S.Paulo | ||
O jornal "The New York Times", reproduzindo o conteúdo da agência de notícias Reuters, dizia que "a descoberta de partículas do sistema imunológico que atacam o vírus da Aids podem finalmente abrir uma alternativa para produção de uma vacina que deve proteger as pessoas contra a infecção mortal e incurável".
Já a revista norte-americana "Time" destacava que, "agora, depois de mais de 15 anos de tentativas e erros neste campo, os pesquisadores do Scripps Research Institute e da Iniciativa Internacional de Vacina para Aids [IAVI, na sigla em inglês], informaram ter descoberto dois novos e poderosos anticorpos para o HIV, o que potencialmente levarão ao desenvolvimento de um método para imunização contra o vírus".
Sob título "Um achado relançou a busca por uma vacina contra o HIV", o espanhol "El País" observou que se trata de "um retorno aos laboratórios" lançado alguns anos após os sucessivos fracassos do protótipo da vacina. "Embora [a pesquisa] seja ainda muito preliminar, podendo levar mais de dez anos antes de se tornar uma droga que pode ser usado em larga escala, [a descoberta] demonstra que o corpo humano tem a capacidade de defender (pelo menos em alguns casos) do vírus."
No francês "Le Monde", "os cientistas agora tentam explorar essas vulnerabilidades vírus da imunodeficiência (HIV), a fim de desenvolver novas abordagens para desenvolver uma vacina. A ideia é prevenir a infecção responsável por mais de 25 milhões de mortes desde 1981. Estes superanticorpos, chamados 'bNAbs', têm extensas capacidades de neutralizar o HIV."
O diário "Chicago Tribune" destacou, na edição desta sexta-feira, as características da pesquisa. "Crucial para esta descoberta é o fato de que os anticorpos miram uma porção do HIV que os pesquisadores não consideraram na sua pesquisa anterior por uma vacina. Além do mais, o alvo é uma porção relativamente estável do vírus, que não tem participação nas extensivas mutações que o HIV faz, a fim de escapar das drogas antivirais e vacinas experimentais prévias."
A rede de televisão britânica BBC observou que outros quatro anticorpos já haviam sido encontrados anteriormente. "No entanto, os quatro trabalharam na proximidade em um lugar do HIV, que comprovou a dificuldade de exploração dos fabricantes de vacina."
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